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Petrobras terá incremento anual de R$5,7 bi no Ebitda

Montante representa aproximadamente 8 por cento de sua previsão para o Ebitda de 2014, explicou Citi em relatório


	Petrobras: política de preços permanece um elemento chave para a recuperação da confiança dos investidores
 (Tânia Rêgo/Agência Brasil)

Petrobras: política de preços permanece um elemento chave para a recuperação da confiança dos investidores (Tânia Rêgo/Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 7 de novembro de 2014 às 12h30.

Rio de Janeiro - A Petrobras terá um incremento anual de 5,7 bilhões de reais no seu lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda), a partir dos reajustes dos preços da gasolina, de 3 por cento, e do diesel, de 5 por cento, anunciados na quinta-feira, segundo o Citi.

O montante representa aproximadamente 8 por cento de sua previsão para o Ebitda de 2014, explicou o banco em relatório.

Entretanto, os reajustes ficaram aquém do esperado, acrescentou o Citi.

Para analistas de mercado, a política de preços permanece um elemento chave para a recuperação da confiança dos investidores, diante de todas as perdas enfrentadas pela empresa com a importação de combustíveis nos últimos anos.

"A nosso ver, infelizmente, segue a política de costume de sacrificar os aumentos de preços para apoiar a macro-agenda política", afirmou o Itaú BBA, em relatório publicado nesta sexta-feira.

Para o Citi, havia um consenso de que a Petrobras aumentaria ambos os combustíveis em pelo menos 5 por cento. "A diferença representaria um incremento anual de mais 1 bilhão de reais de Ebitda", disse o banco, em relatório. O Citi acredita que o anúncio pode "decepcionar um pouco os investidores", já que a imprensa havia noticiado recentemente que o conselho da companhia chegou a discutir aumento de preços de 8 por cento para ambos os combustíveis.

O governo brasileiro, sócio majoritário da petroleira, controla os preços dos combustíveis e evita que oscilações do preço do barril do petróleo interfira no mercado interno. Nos últimos anos, a área de Abastecimento da estatal sofreu grandes perdas ao importar combustíveis para suprir a demanda interna, já que os preços no país foram mantidos em patamares mais baixos do que no exterior.

Segundo cálculos do Itaú BBA, apenas no primeiro semestre deste ano, a Petrobras teve perdas de 2,9 bilhões de reais com importações de gasolina e diesel.

Os reajustes deste ano chegaram em um momento em que a queda dos preços do barril do petróleo aproximou os valores praticados no Brasil com o exterior. Com a elevação dos combustíveis no país, houve uma paridade de preços há muito não vista.

"Esta é a primeira vez nos últimos três anos que a Petrobras atinge a paridade de preços", destacou o Citi.

O Itaú reviu suas perspectivas para o preço do petróleo Brent para 85 dólares por barril em 2015, ante a previsão anterior de 100 dólares. Já para 2016, o banco prevê 90 dólares por barril, ante previsão anterior de 95 dólares. Já o Citi acredita em uma recuperação dos preços do barril do petróleo Brent para pelo menos 92 dólares por barril nos próximos meses, ante o patamar atual de 83 dólares por barril.

"Nossa atual previsão para 2015 prevê outro aumento de preços de outros 5 por cento para ambos os combustíveis, em meados de 2015", afirmou o relatório do Citi.

Os papéis da Petrobras chegaram a abrir em alta na esteira do reajuste.

O ânimo de investidores logo perdeu fôlego e as ações foram para o negativo, passando a cair mais de 3 por cento. Participantes do mercado justificaram o movimento afirmando que o reajuste da gasolina veio abaixo do esperado. Perto da abertura do mercado norte-americano, porém, os papéis voltaram ao campo positivo.

Às 13h20, a ação preferencial da estatal subia 2,2 por cento.

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