Petrobras: no acumulado do primeiro semestre, o lucro foi de 5,86 bilhões de reais, 43% inferior ao primeiro semestre do ano passado (Vanderlei Almeida/AFP)
Karin Salomão
Publicado em 6 de agosto de 2015 às 21h10.
São Paulo – A Petrobras divulgou lucro líquido de 531 milhões de reais no segundo trimestre de 2015, queda de 90% em relação ao primeiro trimestre do ano.
Já no acumulado do primeiro semestre, o lucro foi de 5,86 bilhões de reais, 43% inferior ao primeiro semestre do ano passado.
Segundo a empresa, a queda foi decorrente do aumento de despesas financeiras líquidas, que chegaram a 11,7 bilhões de reais, devido principalmente à perda cambial, e ao reconhecimento de despesa tributária de IOF.
Como destaque do trimestre, a estatal destaca o aumento das exportações de petróleo em 44%.
De acordo com Aldemir Bendine, presidente da Petrobras, os resultados foram afetados principalmente por três eventos não recorrentes.
Em primeiro lugar, está o pagamento de tributos de IOF. O valor total era de 3,3 bilhões de reais, mas a companhia conseguiu um acordo para reduzir o pagamento para 1,6 bilhão de reais.
Essa não era a única ação que a companhia enfrentava. Ainda aguarda o julgamento de outras 3 ações semelhantes. Por isso, fez um provisionamento de 2,6 bilhões de reais, outro fator para a queda nos resultados.
"A empresa ainda possui passivo tributário, queremos enfrentá-lo", afirmou Bendine, afirmando que a empresa espera boas oportunidades para esses pagamentos.
Por fim, está o impairment, ou depreciação de alguns de seus ativos. Em linha com a postura mais realista do governo, a Petrobras anunciou a depreciação de alguns ativos no seu balanço, com prejuízo de 1,28 bilhão de reais.
O impaiment ocorre quando a perspectiva de desvalorização de um ativo, informada no balanço da empresa, se revela inferior à depreciação real do bem. Dessa forma, a companhia precisa realizar um ajuste entre o valor do bem, descontada sua depreciação e o seu valor real.
Um desses ativos reavaliados foi a paralisação da construção da UFN III. A fábrica de fertilizantes tinha apenas 30% das obras concluídas.
Segundo Bendine, a Petrobras decidiu "hibernar" os investimentos na obra. Um dos fatores foi a não construção de um duto de gás, que deveria chegar ao local. Outro motivo foi que o campo era fabricante de amônia, cujo mercado está restritivo, afirmou o presidente.