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Petrobras revisará política para preços de gás de cozinha

Política será revista após disparada de preços, que subiram quase 70% para os distribuidores desde o início de junho

Gás: a empresa não detalhou como ficará a metodologia (Foto/Thinkstock)

Gás: a empresa não detalhou como ficará a metodologia (Foto/Thinkstock)

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Reuters

Publicado em 7 de dezembro de 2017 às 14h01.

Última atualização em 7 de dezembro de 2017 às 14h47.

São Paulo - A Petrobras informou nesta quinta-feira que decidiu revisar a metodologia de reajuste de seus preços do gás de cozinha, após uma disparada de quase 70 por cento nas cotações do produto para os distribuidores desde o início de junho, com impacto relevante para grande parte da população.

A empresa afirmou que o Grupo Executivo de Mercado de Preços (GEMP) da empresa concluiu que, embora os preços do GLP praticados no Brasil devam ser referenciados ao mercado internacional, a metodologia necessita ser revista, para que seja suavizado o efeito do repasse da volatilidade dos preços externos para um bem de primeira necessidade.

"O fundamento para isso é que o mercado de referência (butano e propano na Europa) está apresentando alta volatilidade nos preços, agravada pela sazonalidade (inverno) naquela região. Desta forma, a correção aplicada esta semana foi a última realizada com base na regra vigente", declarou a empresa em nota.

A companhia anunciou na última segunda-feira um aumento de 8,9 por cento no preço do gás de cozinha vendido para distribuidoras, impulsionando para cerca de 68 por cento a alta acumulada desde o início de junho, quando a estatal anunciou uma política de preços do produto com reajustes mais frequentes.

A empresa não detalhou como ficará a metodologia.

Quando o presidente da Petrobras, Pedro Parente, anunciou em meados do ano a instituição de uma metodologia do gás de cozinha --com o objetivo de estabelecer cotações mais próximas às do mercado global--, ele ressaltou que o valor do GLP residencial da estatal havia ficado congelado entre 2007 e 2014 --em governos anteriores, a política de preços de combustíveis visava ajudar no controle da inflação, gerando perdas para a empresa.

Contudo, essa é a segunda mudança efetuada pela Petrobras em questões relacionadas a políticas de preços neste mês. Na última sexta-feira, a empresa disse que revisou cálculo da paridade internacional do diesel para adequar valores às mudanças de fluxo logístico e à entrada de produtos importados.

No caso dos combustíveis líquidos (diesel e gasolina), a Petrobras tem lidado com uma perda de mercado para produtos importados, enquanto ainda calibra sua relativamente nova política de preços para esses produtos, após sofrer perdas bilionárias no passado ao não repassar a volatilidade externa imediatamente para os produtos vendidos internamente.

Agora os reajustes no diesel e gasolina ocorrem quase que diariamente.

Nesta quinta-feira, estatal anunciou redução de 2,2 por cento no valor do diesel nas refinarias a partir de sexta-feira.

Suavizar impacto

Segundo a Petrobras, o objetivo da revisão da política do botijão de gás será buscar uma metodologia que "suavize os impactos" derivados da transferência de volatilidade de preços no exterior para o mercado doméstico, sem perder de vista a necessidade de praticar valores referenciados no mercado internacional.

Além disso, a nova metodologia buscará garantir determinação do governo que reconhece a necessidade de que o gás de cozinha tenha preços diferenciados e inferiores aos praticados para os demais usos ou acondicionados em recipientes de outras capacidades.

A Petrobras disse ainda que a metodologia a ser definida buscará não perpetuar os efeitos sazonais desfavoráveis (inverno no Hemisfério Norte) já ocorridos, e que a revisão vai ser aplicada exclusivamente ao GLP de uso residencial, comercializado em botijões de 13 kg.

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