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Petrobras registra 1º prejuízo em mais de 10 anos

A retração é explicada entre outras razões pelo resultado financeiro negativo do trimestre, causado pelo efeito do câmbio nas dívidas denominadas em dólar

A receita líquida da Petrobras entre abril e junho alcançou R$ 68,047 bilhões (Germano Lüders/EXAME)

A receita líquida da Petrobras entre abril e junho alcançou R$ 68,047 bilhões (Germano Lüders/EXAME)

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Da Redação

Publicado em 3 de agosto de 2012 às 18h49.

São Paulo e Rio de Janeiro - A Petrobras reportou prejuízo líquido de R$ 1,346 bilhão no segundo trimestre de 2012, ante lucro líquido de R$ 10,943 bilhões do mesmo período do ano passado. É a primeira vez que a estatal apresenta prejuízo em mais de dez anos. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortizações) somou R$ 10,599 bilhões no mesmo período, queda de 33,3% em relação ao intervalo entre abril e junho de 2011.

A retração é explicada entre outras razões pelo resultado financeiro negativo do trimestre, causado pelo efeito do câmbio nas dívidas denominadas em dólar, e pela operação de venda no mercado doméstico de combustíveis importados, com preços locais menores do que os valores pagos pela estatal no mercado externo. O resultado financeiro líquido da Petrobras ficou negativo em R$ 6,407 bilhões entre abril e junho, revertendo o número positivo de R$ 2,901 bilhões registrado no segundo trimestre de 2011.

Os dois fatores já haviam contribuído para a queda do lucro da Petrobras no primeiro trimestre, na comparação com o mesmo período do ano passado, conforme explicado em maio pelo diretor Financeiro e de Relações com Investidores Almir Guilherme Barbassa. Na oportunidade, o lucro líquido da Petrobras ficou em R$ 9,214 bilhões, retração de 16,1% em relação aos três primeiros meses do ano passado.

A receita líquida da Petrobras entre abril e junho alcançou R$ 68,047 bilhões, alta de 11,5% em igual comparação. A variação positiva reflete o maior volume de combustíveis no mercado doméstico, assim como os maiores preços de venda de diesel e gasolina. Desde 1º de novembro do ano passado, os preços praticados pela estatal na refinaria tiveram alta de 10% na gasolina e de 2% no diesel.

A companhia também anunciou uma segunda rodada de aumentos, de 7,83% na gasolina e 3,94% no diesel, mas os novos preços entraram em vigor apenas em 25 de junho e por isso o impacto no resultado trimestral foi pequeno. Esse reajuste, assim como outro aumento de 6% no diesel aplicado a partir de 16 de julho, deverão impulsionar os resultados da Petrobras a partir do terceiro trimestre.

Além disso, a receita da Petrobras foi beneficiada pelo efeito do câmbio nas exportações. O dólar mais valorizado tem impacto positivo na receita da companhia quando convertida em reais, e compensou parcialmente a queda do preço internacional do petróleo nos últimos meses. O mesmo efeito cambial, por outro lado, torna a compra de combustíveis no mercado externo mais onerosa para a Petrobras.

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