Petrobras (PETR3) (Paulo Whitaker/Reuters)
Reuters
Publicado em 8 de março de 2021 às 08h29.
Última atualização em 8 de março de 2021 às 10h36.
A Petrobras informou que recebeu ofícios do Ministério de Minas e Energia e do Ministério da Economia com indicações do governo a cargos no conselho da empresa, a serem apreciados em assembleia-geral extraordinária de acionistas, de acordo com comunicado nesta segunda-feira.
As indicações vêm depois que cinco membros do colegiado anunciaram na semana passada que não desejariam continuar nos cargos após a indicação pelo governo do presidente Jair Bolsonaro de um novo presidente para a companhia, o general da reserva Joaquim Silva e Luna.
A Petrobras disse que os ofícios indicaram a recondução do atual presidente do Conselho, Eduardo Bacellar Leal Ferreira, além dos nomes de Joaquim Silva e Luna, Ruy Flaks Schneider, Márcio Andrade Weber, Murilo Marroquim de Souza e Sonia Julia Sulzbeck Villalobos, indicada pela pasta da Economia.
A União ainda pode realizar mais duas indicações de membros ao conselho de administração da companhia, acrescentou a Petrobras no comunicado.
Na última semana, Leonardo Pietro Antonelli, João Cox Neto, Nivio Ziviani, Paulo Cesar de Souza e Silva e Omar Carneiro da Cunha Sobrinho pediram para não ser reconduzidos. Dois deles citaram a troca no comando da companhia como motivo.
A troca no comando da companhia aconteceu depois de uma série de altas nos preços dos combustíveis e de o presidente Jair Bolsonaro criticar a política de Castello Branco, que fica até 20 de março.
Castello Branco, que foi indicado pelo ministro da Economia Paulo Guedes, foi visto pelo mercado e por analistas nos últimos dois anos como um bom gestor, que reduziu o endividamento e ajudou a levar a companhia a focar em ativos mais estratégicos.
Em 2020, apesar da pandemia, a Petrobras teve um lucro líquido de 7 bilhões de reais.
Para ser presidente da Petrobras, é necessário fazer parte do conselho de administração, que reúne 11 nomes que representam os acionistas, incluindo o governo, os trabalhadores e os acionistas minoritários.
Ao decidir dar um cartão vermelho para Roberto Castello Branco, o presidente Jair Bolsonaro deu o primeiro de uma série de passos que são necessários para a troca.
Por meio do Ministério de Minas e Energia, o governo convocou uma Assembleia de Acionistas (o que todo acionista com mais de 5% pode fazer) e colocará em pauta a substituição de Roberto Castello Branco pelo general Silva e Luna dentro do conselho de administração. Como é acionista majoritário, não tem como perder.
Com a saída dos quatro conselheiros nesta quarta-feira, o governo deverá nomear substitutos para ser eleitos junto com o futuro presidente na assembleia.
Depois de aprovado o novo conselho, em que o nome de Luna deve então constar, haverá a votação para o cargo de diretor presidente, que precisa ser de alguém que está no grupo dos 11. Mais uma vez, como tem maioria, não tem como a União perder.