Negócios

Petrobras pretende investir 95% dos US$ 224 bilhões no Brasil

Empresa projeta 155 bilhões de dólares de geração operacional após dividendos

Plataforma da Petrobras: até 2014, foco no Brasil (.)

Plataforma da Petrobras: até 2014, foco no Brasil (.)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 04h10.

São Paulo - A Petrobras anunciou hoje (21/06) seu plano de negócios para 2010-2014. Os recursos totalizam 224 bilhões de dólares - representando uma média de 44,8 bilhões de dólares por ano. Do total, 95% (212,3 bilhões de dólares) serão aplicados no Brasil, e 5% (11,7 bilhões de dólares) no exterior. A companhia projeta uma geração operacional de caixa, após dividendos, de 155 bilhões de dólares - no plano de 2009-2013 foi de 149 bilhões.

Há uma significativa colocação dos investimentos junto ao mercado fornecedor doméstico, com uma taxa de conteúdo local alcançando 67%, o que significa um nível de contratação anual no país de cerca de 28,4 bilhões de dólares, segundo a empresa. O montante representa um aumento de 20% em relação ao plano anterior, sendo 31,6 bilhões de dólares referentes a novos projetos, dos quais 62% dedicados para a área de Exploração e Produção (19,7 bilhões de dólares); 16% para abastecimento (5,1 bilhões); 21% (6,5 bilhões) em gás e energia, e 1% (0,3 bilhão) para corporativo. Serão 686 novos projetos.

Como os investimentos no exterior diminuíram em relação ao último plano, a empresa estuda a otimização de projetos e prevê abrir alguns para uma participação maior de parcerias, entre outros. Na área internacional serão investidos 11,5 bilhões de dólares com foco no desenvolvimento da exploração e produção no Golfo do México (Cascade, Chinook, Saint Malo e Tiber), Costa Oeste da África (Nigéria) e no Peru.

O pós-sal ainda vai concentrar mais recursos do que o pré-sal. Serão 75,2 bilhões de dólares para o pós-sal, sendo 67% desse valor para desenvolvimento da produção. Infraestrutura e suporte e exploração dividem o restante (com, respectivamente, 15% e 18% do total). O pré-sal receberá 33 bilhões de dólares, sendo 78% (27,8 bilhões) para desenvolvimento e produção; 13% para exploração, e 2% para infra-estrutura e suporte. 


A meta de produção de petróleo apresentada no plano é de 3,9 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boe) em 2014, e projeção de 5,4 milhões de boe em 2020.

Setores

O segmento de Exploração e produção (E&P) domina o aporte de investimentos, com projeção de 53% do valor total (118,8 bilhões de dólares). O valor representa um aumento de 14% em relação ao plano de 2009-2013. Os recursos serão destinados para garantir a descoberta e apropriação de reservas, maximizar a recuperação de petróleo e gás nas concessões em produção, além de desenvolver a produção do pré-sal da Bacia de Santos e intensificar o esforço exploratório nas outras áreas do pré-sal e em novas fronteiras no Brasil e no exterior. O aumento da produção será sustentado pelo desenvolvimento das áreas do pós-sal, por meio da instalação de grandes projetos nas áreas de atuação da Companhia.

O segmento de Refino, Transporte e Comercialização tem investimentos previstos de 73,6 bilhões de dólares (33% do total). Foi mantida a estratégia de expandir a capacidade de refino, buscando o equilíbrio com o crescimento da produção de petróleo da Petrobras, adequando o parque de refino para atender aos níveis de qualidade de produtos requeridos pelo mercado. No plano, estão previstos, além da ampliação de unidades existentes, a entrada em operação da Refinaria Abreu e Lima (Pernambuco), as Refinarias Premium I e a primeira fase do Complexo Petroquímico do Rio de janeiro - Comperj, que teve seu projeto básico alterado com a inclusão de uma refinaria com capacidade de produzir 165.000 barris de petróleo por dia (bpd) para produção principalmente de diesel. Com esses investimentos, a carga fresca processada no Brasil em 2014 será de 2,3 milhões bpd, segundo a Petrobras.

Para o período pós-2014, estão previstas a segunda etapa do Comperj, com capacidade de 165.000 bpd para a produção de produtos petroquímicos básicos, e as Refinarias Premium II que irão contribuir para o alcance da projeção de 3,2 milhões de carga fresca processada em 2020. Desta forma, a companhia busca estar preparada para atender o aumento na demanda de derivados no mercado interno, projetada para 2,4 milhões de bpd em 2014 e 2,8 milhões de bpd em 2020.


O segmento de Biocombustíveis receberá 3,5 bilhões de dólares (2% do total). A estratégia no segmento de etanol foi redirecionada para a aquisição de participações com o objetivo de se tornar um importante player no mercado, assegurando o domínio tecnológico para a produção sustentável de biocombustíveis, segundo a Petrobras. A projeção é que a produção de etanol aumente em 193% e as exportações cresçam 45% em 2014 em relação a 2010. A empresa projeta que a capacidade de produção de biodiesel no Brasil será de 5.524 mil metros cúbicos por ano em 2014 - 47% superior a atual.

Os investimentos em Petroquímica somarão 6,1 bilhões de dólares (2% do total) e os investimentos na área corporativa serão de 2,8 bilhões de dólares (1% do total).

Liderança nacional

Os investimentos em distribuição serão de 2,5 bilhões de dólares (1% do total), visando garantir a liderança na distribuição nacional, com meta de 40% de participação no mercado nacional em 2014, e atuação na distribuição de derivados no exterior.

O segmento de Gás e Energia receberá 17,8 bilhões de dólares (8% do total). Esses investimentos serão direcionados para consolidar a liderança da Petrobras no mercado brasileiro de gás natural, assegurando flexibilidade para comercialização nos mercados termelétrico e não termelétrico. Além disso, serão realizados investimentos para a transformação química do Gás Natural, aumentando a flexibilidade da cadeia do Gás Natural e da geração de Energia Elétrica, e estão previstos a construção de três novas plantas fertilizantes para a produção de nitrogenados (Amônia e Uréia) em sinergia com outros ativos da Petrobras.

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