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Petrobras pode adiar venda de ativos por conta da crise

"Se você vai vender ações e o mercado de ações está desabando, talvez você tenha que esperar outro momento", explicou José Sergio Gabrielli, presidente da empresa

Apesar da crise, Gabrielli confirmou que os planos de investimento da empresa não mudaram (Germano Lüders/EXAME.com)

Apesar da crise, Gabrielli confirmou que os planos de investimento da empresa não mudaram (Germano Lüders/EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 8 de agosto de 2011 às 16h46.

São Paulo - A Petrobras poderá adiar a venda de participações que possui em empresas, movimento que faz parte do seu plano de desinvestimento de 13,6 bilhões de dólares, devido ao momento ruim do mercado de ações, afirmou o presidente da companhia, José Sergio Gabrielli, nesta segunda-feira.

Mas a companhia não prevê alterações devido à turbulência financeira global no montante total do seu plano de investimentos de 224,7 bilhões de dólares entre 2011 e 2015, anunciado no final de julho.

Gabrielli afirma que a estatal tem potencial de atrair recursos, mesmo nas atuais condições do mercado.

"Pode ser que tenhamos que modular no tempo de forma distinta ao que tínhamos pensado", admitiu o executivo sobre a venda de fatias que a petroleira possui em diversas empresas.

"É evidente, se você vai vender ações (das empresas) e o mercado de ações está desabando, talvez você tenha que esperar outro momento", afirmou Gabrielli a jornalistas, após participar de evento sobre a cadeia de fornecedores de petróleo e gás em São Paulo.

Segundo ele, essa seria a única das três partes do plano de desinvestimento que poderia sofrer alterações devido à crise.

Os outros dois pontos do programa são vendas de fatias em campos de petróleo e mudanças no sistema de financiamento de fornecedores, que deverão seguir sem alterações.

"Sobre farm-outs (vendas em campos de petróleo), nós não antevemos que vai faltar apetite por esses recursos", acrescentou.

A Petrobras lançou há poucos dias seu novo plano de negócios, após longa avaliação com membros do conselho de administração, presidido pelo ministro da fazenda, Guido Mantega.

O valor total do plano ficou praticamente inalterado ante o programa anterior e a empresa buscou priorizar o segmento de exploração e produção, visando acelerar a geração de caixa e valorizar suas ações.

Mas o recrudescimento da crise financeira global levou os papéis da companhia a caírem abaixo dos 20 reais nesta segunda-feira na Bovespa.

Apesar desta situação, Gabrielli negou qualquer possibilidade de reavaliação do pacote de investimentos planejado. "Não há a menor possibilidade de rever o plano", afirmou.

O executivo também afirmou que não se cogita, na companhia, o lançamento de um programa de recompra de ações, apesar de considerar o momento vantajoso para esse tipo de operação.

Segundo Gabrielli, o melhor para a empresa no momento é investir em seus projetos.

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