Negócios

Petrobras pagará R$ 15 milhões ao Comitê Rio 2016, diz fonte

Segundo fonte, a Petrobras pagará a quantia ao comitê da Olimpíada para ajudar a amenizar o déficit de entre R$ 400 milhões e R$ 500 milhões do órgão


	Logo da Petrobras: é a petroleira mais endividada do mundo
 (Ueslei Marcelino/ Reuters)

Logo da Petrobras: é a petroleira mais endividada do mundo (Ueslei Marcelino/ Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 22 de julho de 2016 às 22h09.

Rio de Janeiro - A Petrobras pagará 15 milhões de reais ao comitê organizador da Olimpíada Rio 2016 para ajudar a amenizar o déficit de entre 400 milhões e 500 milhões de reais do órgão, disse à Reuters uma fonte ligada à estatal.

O acordo da Petrobras com o comitê Rio 2016 dará à estatal o direito de explorar a imagem de atletas que já contam com o apoio institucional da empresa a partir de agosto, mês da Olimpíada, quando o direito de explorar a imagem de atletas fica restrito a patrocinadores oficiais dos Jogos ou do Comitê Olímpico Internacional (COI).

“Estamos liberando 15 milhões para poder fazer ações do tipo como comprar banners e placas de publicidade, além de comprar o direito de imagem dos atletas do Time Petrobras durante a Olimpíada”, disse à Reuters uma fonte da empresa, sob condição de anonimato.

“Não estamos comprando cota de patrocínio não. A Petrobras não tem verba para comprar uma cota pelos motivos já conhecidos”, completou a fonte da estatal de petróleo. A Petrobras vive atualmente uma situação delicada.

É a petroleira mais endividada do mundo e foi abalada pelo bilionário esquema de corrupção investigado pela operação Lava Jato.

O acordo com a estatal é resultado de conversas que o Comitê Rio 2016 tem mantido com empresas públicas federais em busca de amenizar o rombo nas contas do órgão, disse à Reuters uma fonte ligada à organização dos Jogos. Segundo a fonte, há tratativas com os Correios e eventuais negociações com a Eletrobras seriam "bem-vindas".

"Há conversas em andamento e pode haver novidades até o início dos Jogos", declarou a fonte envolvida na organização do evento, que se inicia no dia 5 de agosto.

Os Correios já são patrocinadores oficiais da Olimpíada e o que está em discussão é um novo aporte da empresa ou uma alternativa que proporcione mais recursos ao comitê. Procurada, a empresa informou à Reuters que “no momento, não temos qualquer previsão de cotas adicionais de patrocínio para o Comitê Rio 2016”.

A Eletrobras informou desconhecer a possibilidade de apoio. Uma fonte ligada à Furnas, que faz parte do grupo Eletrobras, tem projetos de apoio ao esporte e patrocina atletas olímpicos, declarou “que não há discussão nesse sentido”.

Paralelamente a essas conversas, o Comitê Rio 2016 está fazendo esforços internos para cortar gorduras e evitar o déficit ao fim dos Jogos. Além de já ter reduzido estruturas temporárias, custos operacionais e número de voluntários, o comitê trabalha no momento com um novo plano de desmobilização de pessoas após os Jogos.

A dispensa de funcionários contratados para trabalhar na preparação da Olimpíada e da Paralimpíada se dará em um ritmo mais rápido.  

“A gente está cortando tudo que podemos cortar. Vamos trabalhar com recursos privados e orçamento equilibrado. Quando o orçamento desequilibra, a gente corta”, revelou a fonte ligada à organização.

O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, disse estar atento com o eventual impacto que um déficit do comitê pode provocar nas contas municipais, já que pelo acordo firmado, caberá aos governos estadual e municipal do Rio se dividirem para cobrir o eventual rombo do comitê organizador.

Como o governo estadual está em situação financeira extremamente delicada, Paes teme que o prejuízo acabe ficando integralmente com o município e disse que tem pressionado o comitê para não fechar no vermelho.

“Se eu coloquei essa imposição para cortar custos aqui, porque eles não podem cortar? Tem que cortar e vão conseguir”, sentenciou o prefeito à Reuters. “Acho que não vai ficar no negativo. A solução é reduzir custos, fazer direito. Isso não é problema nenhum. Sempre tem unha para cortar.”

Acompanhe tudo sobre:Capitalização da Petrobrascidades-brasileirasCombustíveisEmpresasEmpresas abertasEmpresas brasileirasEmpresas estataisEstatais brasileirasIndústria do petróleoMetrópoles globaisOlimpíada 2016OlimpíadasPetrobrasPetróleoRio de Janeiro

Mais de Negócios

Setor de varejo e consumo lança manifesto alertando contra perigo das 'bets'

Onde está o Brasil no novo cenário de aportes em startups latinas — e o que olham os investidores

Tupperware entra em falência e credores disputam ativos da marca icônica

Num dos maiores cheques do ano, marketplace de atacados capta R$ 300 milhões rumo a 500 cidades