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Petrobras negocia aditivo em contrato de equipamento para pré-sal

A empresa busca dar mais segurança para conexões utilizadas na produção no pré-sal, após duas falhas em dutos injetores de gás

Pré-sal: a petroleira agora está exigindo um revestimento duplo nas conexões dos dutos (Petrobras/Divulgação)

Pré-sal: a petroleira agora está exigindo um revestimento duplo nas conexões dos dutos (Petrobras/Divulgação)

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Reuters

Publicado em 23 de junho de 2017 às 16h16.

Rio de Janeiro - A Petrobras negocia um aditivo ao contrato com a fornecedora de equipamentos TechnipFMC visando dar mais segurança para conexões utilizadas na produção no pré-sal, após duas falhas em dutos injetores de gás que alertaram para eventuais riscos na importante área produtora de petróleo do país, revelou a petroleira à Reuters.

A petroleira agora está exigindo um revestimento duplo nas conexões desses dutos submarinos flexíveis, também chamados risers, após ter fechado um contrato de 300 milhões de dólares com a TechnipFMC em agosto de 2016 para fornecimento dos equipamentos.

O aditivo, cujo valor ainda está sendo negociado entre a Petrobras e a TechnipFMC, tornou-se necessário depois de dois incidentes ocorridos na conexão de dutos de injeção de gás, após o fechamento do contrato, entre o ano passado e o início de 2017, segundo a assessoria da Petrobras.

No primeiro caso, o riser estava inoperante e a falha foi detectada quando a companhia estava recolhendo o duto, enquanto no segundo a produção foi imediatamente paralisada.

Os episódios, nos campos em Lula e Sapinhoá, os dois principais campos produtores de petróleo do Brasil, acenderam a luz amarela na área técnica da companhia, que começou a investigar as falhas e a monitorar a conexão dos demais dutos utilizados no pré-sal.

Contudo, o diretor de Desenvolvimento da Produção e Tecnologia da Petrobras, Roberto Moro, minimizou riscos de um acidente ambiental por vazamentos, afirmando que os problemas ocorreram nos risers para gás.

"O risco (de um acidente ambiental) é mínimo e perto de zero, porque estamos falando de riser de gás e não óleo. E não há também risco para produção", disse ele à Reuters, ao ser questionado sobre o assunto.

"Foi uma questão pontual e não foi detectado problema em outro riser, mas continuamos monitorando", disse Moro.

Parte dos risers com problemas, que sofreram infiltração de água, caiu no fundo do mar. Eles estavam conectados aos sistemas das plataformas tipo FPSO Cidade de Angra dos Reis (Lula) e Cidade de São Paulo (Sapinhoá).

Corrosão

Segundo a Petrobras, nos dois casos, houve uma falha de corrosão por CO2, mais suscetível em risers que transportam gás, não naqueles usados para transportar petróleo.

A partir dos problemas nos dutos de injeção de gás nos poços, a petroleira brasileira decidiu reforçar os equipamentos que serão utilizados na futura produção do pré-sal, que já responde por quase metade da extração de petróleo e gás do Brasil.

No entanto, os risers com dupla proteção nas juntas, para evitar novas infiltrações de água do mar, serão utilizados inicialmente apenas nas novas operações.

"Não estão previstas substituições dos dutos que já estão em operação no pré-sal...", disse o executivo.

O aditivo está em fase de negociação e ainda não há um prazo definido para a sua formalização, enquanto a própria TechnipFMC pesquisa o caso, tendo contratado especialistas em corrosão por CO2 para analisar especificamente esse problema.

O contrato original com a TechnipFMC, que fabricou os risers que caíram, previa o fornecimento de 80 quilômetros de dutos flexíveis para serem entregues ao longo de cinco anos.

A TechnipFMC afirmou, por meio de assessoria de imprensa, que não vai comentar a informação.

Segundo a assessoria, questões contratuais têm que ser vistas com a contratante, no caso, a Petrobras.

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