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Da Redação
Publicado em 4 de agosto de 2014 às 18h54.
Brasília - A Petrobras não deverá atingir sua meta de elevar a produção de petróleo no Brasil em 2014 em 7,5 por cento, estimativa que inclui uma margem de tolerância de 1 ponto percentual para mais ou para menos, disse à Reuters nesta segunda-feira uma fonte do governo federal a par do assunto.
Segundo a fonte, que falou sob condição de anonimato, o atraso da entrada em operação de algumas plataformas impedirá a Petrobras, que é controlada pela União, de atingir a meta de aumento da produção neste ano.
"Vai haver um aumento importante na produção nos próximos meses. (Mas) só se as plataformas entrassem antes seria possível atingir essa meta", disse a fonte.
No primeiro semestre, a produção da Petrobras no país cresceu 1,4 por cento ante o mesmo período do ano passado, para 1,947 milhão de barris de petróleo por dia (bpd), levantando dúvidas sobre o cumprimento da meta por parte de especialistas do setor privado.
Em todo o ano passado, a média de produção da empresa no Brasil foi de 1,931 milhão bpd. Assim, a Petrobras teria que produzir entre 2,057 milhão e 2,095 milhão de bpd para cumprir a meta deste ano, considerando a faixa de sua estimativa.
O aumento de produção esperado, mesmo que não atinja as metas, ocorrerá após dois anos seguidos de queda na extração do Brasil e num momento em que a estatal investe dezenas de bilhões de dólares no setor.
A alta prevista na produção para este ano está baseada principalmente no crescimento da produção do pré-sal, que tem recebido grande parte dos investimentos, uma vez que a Petrobras lida com o declínio da extração em campos maduros, especialmente na Bacia de Campos, que respondem pela maior parte do petróleo produzido no Brasil.
Procurada, a Petrobras não respondeu imediatamente pedidos de comentários.
Acordo com Governo
A mesma fonte disse que até novembro o governo deverá assinar com a Petrobras o contrato que garante à estatal o direto a explorar, sob o regime de partilha, o óleo excedente em quatro áreas do pré-sal do contrato original da cessão onerosa.
A decisão de contratar diretamente a Petrobras para explorar esse excedente --que pode ter entre 10 a 15 bilhões de barris-- foi tomada em junho pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE).
Para isso, a estatal terá de pagar, um bônus de assinatura do contrato de 2 bilhões de reais.
Além disso, a empresa antecipará o pagamento de parte das receitas com o excedente do óleo, num total de cerca de 13 bilhões de reais, dos quais 2 bilhões de reais seriam pagos em 2015, outros 3 bilhões de reais em 2016, 4 bilhões de reais em 2017 e mais 4 bilhões em 2018.
A cessão onerosa foi assinada com a Petrobras em 2010, no processo de capitalização da companhia, e garantiu a ela o direito a explorar 5 bilhões de barris sem licitação.
Texto atualizado às 18h52min do mesmo dia.