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Petrobras muda a política de salários de seus diretores

Em meio à crise causada pelas investigações sobre corrupção, a estatal mudou política de salários de toda sua diretoria, que passa a depender menos da empresa


	Petrobras: participação no resultado perdeu peso nos ganhos totais
 (Fernando Frazão/Agência Brasil)

Petrobras: participação no resultado perdeu peso nos ganhos totais (Fernando Frazão/Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 16 de abril de 2015 às 21h56.

Rio - Em meio à crise causada pelas investigações sobre corrupção, que afeta a geração de lucro, a Petrobras alterou a política de salários da sua diretoria, que, neste ano, passa a depender menos do sucesso da empresa.

A participação no resultado perdeu peso nos ganhos totais, ao mesmo tempo que cresceram os ganhos fixos - com salário, benefícios e encargos sociais.

Minguou de R$ 2,4 milhões para R$ 736,5 mil a remuneração atrelada ao crescimento da petroleira, do ano passado para este, uma queda de 70%. Esse valor é a soma do recebido por todos os diretores - de 2014 para 2015, a diretoria passou a contar com mais um executivo, o diretor de Governança Corporativa, João Elek.

Os ganhos fixos de cada um dos diretores cresceram 26%, principalmente, os benefícios, que mais do que dobraram.

Apenas em salário, cada um dos diretores da nova equipe liderada por Aldemir Bendine ganha 23% mais do que os administradores da ex-presidente Graça Foster. O fixo pago a cada um dos novos diretores é de R$ 1,6 milhão no ano, em média, enquanto, no ano passado, era de R$ 1,3 milhão.

A soma dos benefícios diretos e indiretos de todos os diretores passou de R$ 550 mil para R$ 1,17 milhão.

O orçamento de Previdência Social e Fundo de Garantia incidentes sobre a remuneração fixa passou de R$ 2,6 milhões para R$ 3,7 milhões, 42% mais.

As mudanças na remuneração foram mais de perfil do que de valor. A soma do pagamentos (salários e outros ganhos) subiu 8,09% de 2014 para 2015, em linha com a inflação, segundo informou a Petrobras, por meio de sua assessoria de imprensa.

Os detalhes sobre a política de remuneração dos principais gestores da Petrobras estão no manual da assembleia geral extraordinária (AGE) de acionistas que acontecerá no próximo dia 29.

O item "fixação da remuneração dos administradores e dos membros titulares do conselho fiscal" é o principal da pauta de votação. No mesmo dia, serão definidos também os novos conselheiros da empresa, mas em assembleia geral ordinária (AGO).

Os dados, incluídos no manual, foram divulgados aos investidores em 26 de março, cerca de um mês antes das assembleias. Na última terça-feira, porém, o documento foi substituído por uma nova versão, com pequenas alterações relativas à remuneração da diretoria.

A Petrobras informou ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, que a substituição ocorreu a pedido da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), reguladora do mercado, e que "não houve alteração dos valores informados anteriormente, os quais foram aprovados previamente pelo conselho de administração da Petrobras".

O manual de 46 páginas trouxe apenas algumas mudanças de termos. Um número, no entanto, foi incluído, relativo à participação da diretoria nos resultados.

Na primeira versão, não havia previsão de compensação por metas operacionais atingidas. Ao divulgar a nova versão do manual, a Petrobras informou que a remuneração extra será a mesma da participação no resultado, R$ 736,56 mil, ou R$ 92 mil para cada diretor, em média.

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