Negócios

Petrobras mediaria conflito com Sete Brasil por arbitragem

A proposta pediu a cada uma das partes para apontar três mediadores para refazer o contrato, disseram fontes, que pediram anonimato já que o assunto é sigiloso


	Petrobras: a proposta pediu a cada uma das partes para apontar três mediadores para refazer o contrato, disseram fontes, que pediram anonimato já que o assunto é sigiloso
 (Mario Tama/ Getty Images)

Petrobras: a proposta pediu a cada uma das partes para apontar três mediadores para refazer o contrato, disseram fontes, que pediram anonimato já que o assunto é sigiloso (Mario Tama/ Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 4 de abril de 2016 às 14h34.

São Paulo - A Petrobras procurou sem sucesso nomear árbitros para refazer termos de um contrato de longo prazo com a afretadora de sondas para exploração Sete Brasil, de acordo com três fontes com conhecimento da situação.

A proposta feita nas últimas semanas pediu a cada uma das partes para apontar três mediadores para refazer o contrato, disseram as fontes, que pediram anonimato já que o assunto é sigiloso.

O contrato entre a Petrobras e a Sete Brasil está em discussão há dois anos.

Os principais sócios da Sete Brasil rejeitaram a proposta e reforçaram sua visão de que a empresa deve pedir proteção judicial para pressionar a Petrobras a assinar termos mais favoráveis, acrescentaram as fontes.

A Petrobras é a única cliente da Sete Brasil e tem 5% da empresa.

A proposta de arbitragem sugere que a Petrobras quer evitar a ameaça da Sete Brasil, disseram as fontes.

Mas nenhuma arbitragem "pode acontecer neste momento" porque dois acionistas da Sete Brasil processaram a Petrobras sobre o contrato e não estão dispostos a voltar atrás, disse a primeira fonte.

Sete Brasil e Petrobras se recusaram a comentar o assunto. O destino da Sete Brasil, que a Petrobras ajudou a criar em 2008 para gerir a maior frota de perfuração em águas profundas do mundo, com 89 bilhões de dólares em encomendas, depende da disposição da Petrobras de assinar o contrato.

Segundo as fontes, a Petrobras vai apresentar uma proposta de contrato reformulado nas próximas semanas.

O colapso da Sete Brasil será devastador não apenas para investidores que apoiaram o projeto, mas para dezenas de construtores navais fornecedoras da empresa.

Mais de 800 mil empregos diretos na construção naval podem ser perdidos, provocando quase 40 bilhões de reais em perdas, segundo estimativas da indústria.

O projeto apoiado pelo governo federal começou a enfrentar problemas quando Petrobras e Sete Brasil foram envolvidas nas investigações da operação Lava Jato.

O escândalo fechou o mercado de financiamento de longo prazo para a Sete Brasil, forçando os maiores bancos do Brasil a estender o vencimento de mais de 14 bilhões de reais em empréstimos.

O presidente-executivo da Petrobras, Aldemir Bendine, e funcionários na divisão de exploração e produção da companhia discordam sobre a questão, com esses últimos defendendo deixar a Sete Brasil entrar em colapso, disseram fontes à Reuters anteriormente.

Uma proposta apresentada pela Petrobras à Sete Brasil em fevereiro não é suficiente para assegurar a sobrevivência da empresa de sondas.

Sob os termos daquela proposta, a Petrobras alugaria 10 plataformas por cinco anos em vez de 19 por 15 anos previstos inicialmente, bem como um corte de um terço nas tarifas de leasing das unidades.

Acompanhe tudo sobre:Capitalização da PetrobrasCombustíveisEmpresasEmpresas abertasEmpresas brasileirasEmpresas estataisEstatais brasileirasIndústria do petróleoOperação Lava JatoPetrobrasPetróleoSete Brasil

Mais de Negócios

Esta startup capta R$ 4 milhões para ajudar o varejo a parar de perder dinheiro

Ele criou um tênis que se calça sozinho. E esta marca tem tudo para ser o novo fenômeno dos calçados

30 franquias baratas a partir de R$ 4.900 com desconto na Black Friday

Ela transformou um podcast sobre namoro em um negócio de R$ 650 milhões