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Petrobras já tem ofertas finais para quatro refinarias, diz diretora

Todo o processo deve ser concluído no primeiro trimestre do ano que vem, já que entre a assinatura e a "entrega das chaves" serão gastos nove meses

Petrobras pretende vender oito das suas 13 refinarias (Paulo Whitaker/Reuters)

Petrobras pretende vender oito das suas 13 refinarias (Paulo Whitaker/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 3 de dezembro de 2020 às 06h14.

Última atualização em 3 de dezembro de 2020 às 10h51.

A Petrobras já recebeu ofertas finais para compra de quatro refinarias das oito refinarias que pretende vender e espera receber, ainda este ano, propostas para outras duas, informou nesta quarta-feira, 2, a diretora de Refino e Gás Natural da Petrobras, Anelise Lara, durante debate na Rio, Oil & Gas. As duas unidades restantes devem entrar em fase final de venda no primeiro trimestre de 2021, informou.

A Rlam, na Bahia, deverá ser a primeira a ser vendida e está em processo de negociação com o fundo Mubadala, de Abu Dhabi, segundo fontes. No dia 10 de dezembro a estatal receberá ofertas pela Repar, no Paraná, e Refap, no Rio Grande do Sul. Também já receberam ofertas a Reman, no Amazonas, a Lubnor, no Ceará, e a Six, no Paraná. Ainda aguardam propostas a Renest, em Pernambuco e a Regap, em Minas Gerais.

Segundo Lara, todo o processo deve estar concluído no primeiro trimestre do ano que vem, já que entre a assinatura e a "entrega das chaves" de cada refinaria serão gastos nove meses, nos cálculos da diretora.

Lara afirmou que a Petrobras vai continuar sendo competitiva no mercado de refino no País após a venda de oito das suas 13 refinarias.

"Continuaremos com 1,1 milhão de barris de petróleo sendo processados por dia. Já temos feito diversas ações em eficiência energética, descarbonização, transformação digital e também elaboramos produtos mais avançados", disse Lara no painel "O novo mercado de downstream" na feira.

O desafio, destacou a diretora, será o preparo das equipes para esse novo cenário.

"Como tivemos o monopólio por tantos anos, temos procedimentos que precisarão ser mudados para nos tornarmos mais competitivos. Precisamos ganhar em flexibilidade, mantendo a governança e a integridade dos processos", disse a executiva.

Para ela, o mercado brasileiro de downstream será alterado por dois grandes movimentos. Os desinvestimentos da Petrobras de metade da sua capacidade de refino e a transição energética, que demandará novos produtos, como o diesel renovável e o BioQAV.

"Será um mercado totalmente diferente. Hoje, competimos só com os importadores, mas haverá competição também entre as refinarias. Isso trará novos players e mais investimentos em logística, tecnologia e novos produtos", explicou a diretora.

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