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Petrobras estuda vender navios para fazer caixa

Essa possibilidade chegou a ser apresentada ao presidente da Transpetro, Claudio Campos, mas ainda não foi definida


	A análise dos ativos inclui cerca de 23 embarcações da Transpetro, com valor estimado em US$ 270 milhões
 (Germano Lüders/EXAME)

A análise dos ativos inclui cerca de 23 embarcações da Transpetro, com valor estimado em US$ 270 milhões (Germano Lüders/EXAME)

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Da Redação

Publicado em 12 de junho de 2015 às 21h54.

Rio de Janeiro - Em seu plano de venda de ativos para fazer caixa, a Petrobras considera vender navios transportadores de petróleo e combustíveis da Transpetro.

Essa possibilidade chegou a ser apresentada ao presidente da Transpetro, Claudio Campos, mas ainda não foi definida. O modelo prevê que a estatal continue utilizando as embarcações em contrato de aluguel - algo semelhante ao formato adotado pela Vale, sob o comando de Murilo Ferreira, também presidente do conselho de administração da Petrobras.

A análise dos ativos inclui cerca de 23 embarcações, com valor estimado em US$ 270 milhões.

Qualquer decisão de desinvestimento envolvendo a Transpetro sairá da controladora, segundo o presidente da subsidiária. A avaliação é que o corte poderia atingir até mesmo o Programa de Modernização e Expansão da Frota (Promef), responsável pela retomada do setor naval.

A ideia é que não há justificativa para vender embarcações e construir outras ao mesmo tempo.

O plano inclui a cobrança de um prêmio sobre o preço pago à Petrobras como forma de garantir ao comprador um contrato de afretamento das embarcações.

Em vez de proprietária dos navios, a estatal se tornaria contratante do serviço de transporte. O modelo foi adotado pela Vale em abril, na venda de quatro navios para a Cosco por US$ 445 milhões e contrato de afretamento por 25 anos.

Um estudo preliminar estimava que a venda de embarcações da Transpetro poderia gerar até US$ 270 milhões. Os 23 navios representam cerca de metade da frota de 53 embarcações.

Entre os itens listados, estão embarcações novas e navios antigos ou recém-reformados, com pouco valor de mercado. As embarcações mais atrativas são Ataulfo Alves e Cartola, incorporadas à frota em 2001, com valor orçado em US$ 78 milhões cada - cerca de 10 vezes a média dos demais ativos.

Entre os demais navios indicados para venda, 12 foram orçados em US$ 7 milhões. Alguns mais antigos foram orçados em US$ 3,5 milhões, após terem passado por recentes conversões de cascos, para atender às demandas da Petrobras por mais 15 anos.

Também constam dois navios, o Guaporé e Guarujá, avaliados em US$ 2 milhões, considerado um valor de "sucata".

Questionada sobre as negociações, a Transpetro informou que o Promef segue "curso normal", com 14 navios em "diferentes fases de construção, sendo sete no estágio de acabamentos".

A subsidiária ainda informou que a Petrobras ainda está revisando seu plano de negócios e que "não procede qualquer informação sobre venda de navios".

A Petrobras esperava concluir a revisão do plano de negócios ainda neste mês - o primeiro prazo estabelecido internamente foi o dia 10. Mas o trabalho não foi concluído e a empresa já considera que pode deixar o anúncio para julho.

Havia a expectativa de que o tema fosse aprovado pelos conselheiros na próxima reunião, dia 26, juntamente com propostas de venda de ativos - medida controversa entre os conselheiros e lideranças da empresa.

Representante dos empregados, Deyvid Bacelar avaliou o momento da empresa como “difícil” em um artigo em sua página na internet.

"“Tudo indica que a nova gestão quer dar um novo foco da empresa para a área de E&P (exploração e produção). Isso vai de encontro à grande empresa integrada de energia que a Petrobras se tornou nos últimos anos", afirmou.

O conselheiro prometeu debater "com exaustão" o plano de desinvestimento, que, segundo ele, será levado à reunião do conselho no próximo dia 26.

No mercado, a expectativa é de que o plano de negócios revele também o compromisso da petroleira em reduzir o seu endividamento, um dos pontos mais questionados pelas agências de classificação de risco e por analistas.

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