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Petrobras estuda criação de diretoria de compliance, diz CEO

O objetivo da empresa é aprimorar suas práticas de governança


	Graça Foster: "tivemos apoio irrestrito do conselho", destacou
 (REUTERS/Ueslei Marcelino)

Graça Foster: "tivemos apoio irrestrito do conselho", destacou (REUTERS/Ueslei Marcelino)

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Da Redação

Publicado em 17 de novembro de 2014 às 17h08.

Rio de Janeio - O conselho de administração da Petrobras autorizou a diretoria da petroleira, na última sexta-feira, a desenvolver estudos para a criação de uma diretoria de compliance, com o objetivo de aprimorar suas práticas de governança, afirmou nesta sexta-feira a presidente da companhia, Maria das Graças Foster.

Os estudos estão sendo feitos em meio ao avanço das investigações da Operação Lava Jato, da Polícia Federal, que na última sexta-feira prendeu mais um ex-diretor da Petrobras, Renato Duque, além de executivos de grandes empreiteiras do país, após uma série de denúncias de corrupção nos últimos meses envolvendo grandes obras da petroleira.

"Fizemos uma rápida síntese e obtivemos autorização para aprofundamento e preparação de proposta (de criação da diretoria)", afirmou a presidente da Petrobras, durante conferência com analistas de mercado, investidores e jornalistas. "Tivemos apoio irrestrito do conselho", destacou.

Sem entrar em detalhes, Graça Foster, como prefere ser chamada, disse que a empresa já aprovou como será a forma de trabalho desta diretoria.

A cúpula da empresa se empenhou nesta segunda-feira em apresentar ao mercado fatos que comprovem a preocupação da petroleira em apurar internamente as denúncias de corrupção e também evitar novos casos.

Mas as ações da empresa ampliaram perdas durante a tarde e fecharam em queda de 4,55 por cento, no caso das preferenciais, e de 5 por cento, para as ordinárias, com o mercado preocupado sobre o impacto de denúncias de corrupção nas contas da empresa.

A Petrobras poderá realizar eventuais baixas contábeis em seus ativos de acordo com o tamanho das propinas pagas na contratação das obras, tomando como base provas entregues à Justiça no âmbito da operação Lava Jato, disseram nesta segunda-feira os principais executivos da companhia.

NOVOS CONTRATOS Diante das denúncias de corrupção, que envolvem também contratos com diversas empreiteiras no Brasil, executivos frisaram ainda que o foco ainda é a curva de produção de petróleo.

O diretor de Exploração & Produção da Petrobras, José Miranda Formigli, e a própria presidente destacaram que contratos já assinados não devem sofrer alterações.

Em princípio também não haverá impedimento para novas contratações, a menos que fique comprovado que as empresas subornaram funcionários e ex-funcionários da Petrobras, como foi o caso da holandesa SBM Offshore.

De acordo com Graça Foster, comissão interna para investigar relação da petroleira com a SBM não encontrou não conformidades. Entretanto, a própria holandesa entrou em contato meses depois para confirmar as denúncias de corrupção.

"Fui informada que havia sim pagamento de propina a funcionários e ex-funcionários da Petrobras", afirmou. Dessa forma, a companhia proibiu a participação da SBM em novas licitações, embora não preveja rever contratos assinados.

A Corregedoria Geral da União auditou um total de oito contratos de arrendamento de plataformas da SBM à Petrobras, no valor total de 20 bilhões de reais, informou a instituição recentemente, dando uma indicação do tamanho da empresa holandesa nos negócios da estatal.

EXPORTAÇÕES DE PETRÓLEO Apesar do cenário conturbado, o diretor financeiro da companhia, Almir Barbassa, destacou que o crescimento da produção tem apresentado resultados acima dos anos anteriores, o que deve contribuir com a receita e com melhora do fluxo de caixa, em um cenário em que a empresa poderá encontrar restrições temporárias para acessar o mercado de dívida.

A empresa prevê exportar 82 por cento mais petróleo no segundo semestre deste ano em relação aos primeiros seis meses, com média total de 302 mil barris de petróleo/dia no segundo semestre.

"Dado o crescimento da produção, temos trabalhado com um fluxo de caixa superior a anos anteriores", afirmou Barbassa.

Ele destacou que a queda do preço do barril de petróleo também contribui com a redução de custos em reais para a importação de combustíveis.

O preço baixo do barril também reduz os percentuais cobrados de participações governamentais, o que inclui royalties e participações especiais, cobrados em grandes produções.

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