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Petrobras estaria em impasse com PwC por Transpetro

Auditora exigiu que a petroleira afaste o presidente da subsidiária citado numa investigação de corrupção


	Embarcação da Transpetro: Petrobras estaria em impasse com auditoria por saída de Sergio Machado da subsidiária
 (Dado Galdieri/Bloomberg)

Embarcação da Transpetro: Petrobras estaria em impasse com auditoria por saída de Sergio Machado da subsidiária (Dado Galdieri/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 3 de novembro de 2014 às 15h36.

Rio de Janeiro - PricewaterhouseCoopers, auditora externa da Petroleo Brasileiro SA, exigiu que a petroleira afaste o presidente de uma subsidiária citado numa investigação de corrupção antes de poder aprovar o resultado financeiro da companhia no terceiro trimestre, disse uma pessoa com conhecimento direto do assunto.

A Petrobras discutiu a demissão de Sergio Machado, presidente da subsidiária Transpetro, durante quatro horas numa reunião do conselho de administração em 31 de outubro, disse a pessoa, que não quis a ser nomeada porque a informação não é pública.

A reunião foi suspensa sem se chegar a uma decisão, pois alguns membros se disseram preocupados com possíveis atritos que seriam criados na coalizão de governo da presidente Dilma Rousseff, disse a pessoa, que não quis a ser nomeada porque a informação não é pública.

PwC pode ter restrições adicionais, além do afastamento de Machado enquanto procederem as investigações, para aprovar o balanço trimestral, a pessoa disse.

Machado negou qualquer irregularidade e disse que as acusações são absurdas, disse a Transpetro em uma resposta por e-mail a partir de sua assessoria de imprensa.

Machado não tem conhecimento das discussões na reunião do conselho da Petrobras ou de quaisquer recomendações da PwC, de acordo com a resposta.

Petrobras e PwC não responderam imediatamente a telefonemas e e-mails solicitando comentários, após o horário normal de expediente. Assessoria de imprensa de Dilma encaminhou todas as perguntas para a Petrobras, quando contactada por e-mail e telefone.

A estatal de petróleo está no centro de uma ampla investigação por lavagem de dinheiro, corrupção e pagamento de propinas que colocou na defensiva a presidente Dilma Rousseff, presidente do conselho de administração da Petrobras entre 2003-2010.

As acusações de corrupção foram destaque na corrida presidencial, em que Dilma ganhou neste mês por uma pequena margem.

O ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, atualmente em prisão domiciliar sob um acordo de delação premiada e colaboração com promotores públicos, disse em depoimento gravado ter recebido 500 mil reais (202 mil dólares americanos) em pagamentos de Machado.

Machado é o único executivo da Petrobras citado por Costa por suposto envolvimento com pagamento de propinas que ainda trabalha na empresa.

A Petrobras encerrou a reunião sem discutir um aumento de preço de combustível que os investidores aguardavam. O conselho vai retomar a reunião em 04 de novembro, disse a fonte.

Petrobras originalmente planejava publicar o balanço em 31 de outubro, e atrasou o anúncio sem explicar por que ou anunciar uma nova data. As empresas brasileiras têm até o dia 14 de novembro para divulgar os resultados do terceiro trimestre.

Em 27 de outubro a Petrobras anunciou ter contratado duas firmas para investigar as alegações de corrupção depois PwC disse que não iria aprovar os resultados trimestrais, de acordo com duas pessoas com conhecimento do assunto.

PwC disse à Petrobras que teria que alertar as autoridades dos EUA caso a petroleira não tomasse as medidas adequadas, disseram as pessoas. Em uma resposta em 30 de outubro, a PwC disse que não comenta sobre seus clientes em uma resposta por e-mail.

A Petrobras é "vítima" na investigação e está colaborando com as autoridades, disse a empresa em um comunicado de 27 de outubro.

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