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Petrobras e sócios descobrem grande reserva no pré-sal

Segundo a Petrobras, a perfuração no poço conhecido como Pão de Açúcar, apontou para "uma estimativa de volumes acima de 700 milhões de barris"

O poço Pão de Açúcar está localizado entre os municípios de Campos e Macaé, a 195 quilômetros da costa do Estado do Rio de Janeiro (Divulgação/Petrobrás)

O poço Pão de Açúcar está localizado entre os municípios de Campos e Macaé, a 195 quilômetros da costa do Estado do Rio de Janeiro (Divulgação/Petrobrás)

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Da Redação

Publicado em 24 de maio de 2012 às 17h18.

São Paulo - A Petrobras e suas sócias Repsol e Statoil em uma área na bacia de Campos informaram nesta quinta-feira a descoberta de uma grande acumulação de hidrocarbonetos no pré-sal, com volumes recuperáveis estimados em cerca de 1,2 bilhão de barris de óleo equivalente, com mais de 700 milhões de barris de óleo leve.

A concessão é operada pela Repsol Sinopec Brasil, que tem 35 por cento de participação em consórcio, que inclui a Statoil (35 por cento) e a Petrobras (30 por cento).

Segundo a Petrobras, a perfuração no poço conhecido como "Pão de Açúcar", apontou para "uma estimativa de volumes recuperáveis acima de 700 milhões de barris de óleo de boa qualidade e 3 trilhões de pés cúbicos (545 milhões de barris de óleo equivalente) de gás na concessão BM-C-33".

Segundo a Repsol, a descoberta confirma que o off-shore do Brasil "é uma das áreas com maior crescimento em reservas de hidrocarbonetos do mundo".

Ações

Após o anúncio da descoberta, as ações da Repsol chegaram a subir mais de 3 por cento na Bolsa de Madri, mas acabaram fechando em leve alta de 0,45 por cento.


Já os papéis da Petrobras não sentiram o efeito positivo da notícia. Às 13h45, as ações da estatal caíam 2,65 por cento, enquanto o Ibovespa operava em baixa de 1,8 por cento.

O analista Lucas Brendler, da corretora Geração Futuro, disse que apesar da boa notícia, o peso do frágil cenário econômico internacional foi mais forte no mercado acionário brasileiro nesta quinta-feira.

"A Ásia dá sinais de enfraquecimento e isso impacta diretamente nas commodities. O fator risco pesa mais neste momento e os investidores estão saindo de ações ligadas ao crescimento econômico mundial."

O petróleo nos EUA subia nesta quinta-feira, mas fechou abaixo de 90 dólares o barril na quarta-feira, o menor fechamento desde 21 de outubro.

Para o analista, porém, a descoberta é importante e a notícia muito benéfica.

"A reserva é significativa e possui o diferencial de ser na bacia de Campos e não na de Santos, onde tem ocorrido as mais recentes descobertas de grandes jazidas. Isso é positivo porque em Campos existe infraestrutura pronta e os custos de exploração são reduzidos e, portanto, as margens são maiores".

Brendler disse que o impacto não foi maior no preço dos papéis também porque o mercado já esperava um grande potencial na região. "Já havia sido diagnosticado. Era esperado".

Pão de açúcar

O poço Pão de Açúcar está localizado entre os municípios de Campos e Macaé, a 195 quilômetros da costa do Estado do Rio de Janeiro, e foi perfurado a uma profundidade lâmina d'água de cerca de 2.800 metros. A coluna total de hidrocarboneto identificada tem cerca de 500 metros de espessura, segundo a Petrobras.


A jazida conta também com três trilhões de metros cúbicos de gás, "o que equivale a 545 milhões de barris de petróleo", explicou a Repsol em um comunicado

O consórcio anunciou que está preparando um plano de avaliação para a apresentação à Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

Opção à Argentina

A nova descoberta no pré-sal brasileiro surge como alternativa à Repsol para explorações latino-americanas depois que a Argentina anunciou em abril que iria nacionalizar a empresa argentina YPF, controlada pelo grupo espanhol.

Segundo a companhia, o Brasil é um dos eixos mais importantes de sua estratégia, onde as descobertas em águas profundas se multiplicaram recentemente.

No poço Pão de Açúcar a Repsol atua em parceria com a chinesa Sinopec. A empresa Repsol Sinopec é 60 por cento de propriedade da Repsol e 40 por cento da companhia chinesa Sinopec.

A companhia foi criada no fim de 2010 para desenvolver de forma conjunta projetos de exploração e produção no país.

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