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Petrobras devolve prédios alugados em três Estados

O processo de reestruturação começou em agosto, com a demissão de funcionários terceirizados


	Petrobras: processo de reestruturação começou em agosto
 (Paulo Whitaker/Reuters)

Petrobras: processo de reestruturação começou em agosto (Paulo Whitaker/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 13 de fevereiro de 2016 às 07h43.

Rio – Em processo de enxugamento da estrutura administrativa, a Petrobras conta com a devolução de prédios alugados nos últimos dez anos para reduzir custos. Dois imóveis no centro do Rio já foram entregues e a empresa planeja sair de outros em Macaé, no norte fluminense, na Bahia e no Espírito Santo - onde novas sedes foram construídas e são alvos de investigação da Operação Lava Jato.

O processo de reestruturação começou em agosto, com a demissão de funcionários terceirizados. Agora, a estatal negocia a saída do edifício Ventura, no centro do Rio, a poucos metros de sede, na avenida República do Chile. O prédio pertence ao fundo BR Properties.

As mudanças no Rio começaram em 2015, com a transferência da diretoria para a Torre Senado, enquanto o prédio principal passa por reformas. Segundo a empresa, a transferência permitiu a rescisão de contratos de outros cinco imóveis. Em janeiro, foi rescindido acordo com o BTG relativos aos edifícios Torre Almirante e Castelo, os dois no centro.

Em Macaé, trabalhadores relatam a devolução de escritórios em três endereços (Santa Mônica, Petro Office e Família Lamego). A cidade foi uma das mais afetadas pelo corte de terceirizados. A mudança deve ser iniciada até maio, segundo funcionários da região.

Na Bahia, parte das atividades da área financeira foi transferida para a Torre Pituba no final de janeiro. Ainda assim, os contratos antigos de aluguel continuam vigentes. A previsão é que a mudança seja concluída até o final do ano. Até lá, a estatal seguirá pagando aluguéis duplicados. A nova torre foi concluída em outubro e pertence ao fundo de pensão Petros, sendo alugada à estatal em contrato de 30 anos.

A obra foi tocada pelas empreiteiras Odebrecht e OAS, investigadas na Lava Jato. Em sua delação, Nestor Cerveró, ex-diretor da estatal, disse que parte dos recursos da obra teria sido desviada, em 2006, para a campanha do ex-governador e hoje ministro da Casa Civil Jaques Wagner. O ministro nega.

Sob investigação

Situação semelhante ocorre em Vitória, no Espírito Santo, que também passa por reorganização para receber funcionários de outras unidades. A construção de sede própria, entre 2006 e 2011, custou mais de R$ 580 milhões e foi executada por um consórcio com Odebrecht e Camargo Correa. A obra é investigada pelo Ministério Público Federal.

A opção por ampliar a presença da Petrobrás foi feita pelo ex-presidente José Sérgio Gabrielli com o argumento de expandir sua atuação em cidades estratégicas. A escolha por levar a área financeira para Salvador é citada por funcionários como uma opção política, para fortalecer sua base de apoio entre os sindicatos da categoria.

A decisão foi revista pela sucessora, Graça Foster. Ao deixar o cargo, Gabrielli chegou a ser sondado para concorrer à sucessão de Wagner no governo da Bahia. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

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