Falta de pagamento: as únicas frotas que escaparam da suspensão foram as da Polícia Militar, Polícia Civil, Corpo de Bombeiros e Secretaria de Saúde, consideradas essenciais (Adam Berry/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 3 de março de 2016 às 13h48.
Rio de Janeiro - Por causa de uma dívida do governo do Rio de Janeiro, a Petrobras Distribuidora cortou, na última segunda-feira, 29, o fornecimento de combustível para quase 80 órgãos do Estado.
Segundo a Secretaria de Planejamento (Seplag), as únicas frotas que escaparam da suspensão do abastecimento foram as da Polícia Militar, Polícia Civil, Corpo de Bombeiros e Secretaria de Saúde, consideradas essenciais.
Como consequência da redução do abastecimento, a Polícia Civil redigiu um documento interno em que lista medidas de economia, como o estabelecimento de uma cota mínima de 20 litros por dia para cada viatura da corporação.
Também informa que todos os postos da rede própria de abastecimento da Polícia terão suas atividades encerradas.
"Solicitamos comunicação às unidades subordinadas, bem como limitação máxima do consumo de combustível objetivando ultrapassarmos o atual cenário sem que haja interrupção no abastecimento ou adoção de novas regras de contenção", informou o texto. Na nota, a corporação também faz um apelo ao Detran.
"Aguardamos o recebimento de recursos oriundos do Detran-RJ visando o saneamento do débito atual junto à BR Distribuidora para normalização do problema".
O Detran também teria tomado medidas de economia de combustível. Os examinadores das provas práticas para obtenção da carteira de motorista estariam com o transporte cortado até os locais do exame.
O órgão respondeu que "o Departamento está implementando uma nova logística de economia em diversas esferas do órgão, inclusive no combustível".
"Vale salientar que estamos reduzindo gastos, mas isso não está impactando os serviços prestados pelo Detran", informou. Também acrescentou que nenhuma prova de direção precisou ser cancelada por conta da situação.
A Seplag informou que a Petrobras Distribuidora cortou o fornecimento, por exemplo, de frotas das Secretarias de Educação e de Administração Penitenciária, do Departamento Geral de Ações Socioeducativas (Degase), da Fundação de Apoio à Escola Técnica (Faetec), do Procon, da Procuradoria Geral do Estado, do Tribunal de Contas do Estado (TCE) e da Companhia Estadual de Águas e Esgoto (Cedae).
Também declarou que já foi restabelecido o fornecimento para órgãos considerados essenciais.
"Em função de débitos do Estado com a BR Distribuidora, a referida empresa decidiu suspender o CTF (Controle Total de Frota), sistema eletrônico utilizado para abastecimento da frota do Estado em postos de combustíveis da BR. A Seplag aguarda que nos próximos dias todo o fornecimento esteja restabelecido", informou, por nota, a secretaria.
A Petrobras Distribuidora informou que "a Companhia está em tratativas com o governo do Estado para parcelamento de débito, e por isso houve uma redução de fornecimento, restrita a serviços administrativos".
"A BR confia que a situação será solucionada em breve e reitera que nesse período não haverá interrupção no suprimento destinado a serviços essenciais", disse.
Também ressaltou que "não houve suspensão ou restrição no abastecimento a ambulâncias, viaturas e serviços essenciais à população do Estado do Rio de Janeiro, seja nos postos credenciados ou no abastecimento interno."