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Petrobras adia início das operações da P-63

Início da unidade foi postergado novamente por causa de dificuldades ocasionadas pela identificação tardia de corais e a uma incidência de altas ondas


	Plataforma de petróleo: P-63 tem capacidade para processar 140 mil barris por dia (bpd) de petróleo e 1 milhão de metros cúbicos diários (m³/d) de gás natural
 (Rich Press/Bloomberg)

Plataforma de petróleo: P-63 tem capacidade para processar 140 mil barris por dia (bpd) de petróleo e 1 milhão de metros cúbicos diários (m³/d) de gás natural (Rich Press/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 4 de novembro de 2013 às 18h54.

São Paulo - O prazo para o início das operações da plataforma P-63, postergado anteriormente para quinta, 31, foi descumprido novamente. Por causa de dificuldades ocasionadas pela identificação tardia de corais, o que resultou na alteração do arranjo submarino, e a uma incidência de altas ondas, a unidade deverá iniciar produção apenas "nos próximos dias", de acordo com a Petrobras.

O navio-plataforma (FPSO) P-63 tem capacidade para processar 140 mil barris por dia (bpd) de petróleo e 1 milhão de metros cúbicos diários (m³/d) de gás natural e será o quinto sistema de produção da Petrobras a entrar em operação em 2013.

A princípio, o primeiro óleo a ser produzido na P-63 estava previsto para 15 de julho. No início de junho, porém, a presidente da estatal, Graça Foster, afirmou que o prazo seria postergado em dois meses por causa de exigências impostas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para a liberação ambiental das atividades.

Em agosto, foi a vez de o diretor de Exploração e Produção (E&P), José Miranda Formigli Filho, anunciar que o prazo havia sido adiado para 23 de outubro. Ao longo dos meses, esse prazo foi revisado para 31 de outubro, mas novamente descumprido. Agora, após procurada pela reportagem do Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, a estatal optou por não projetar nova data.

Esse não é o primeiro atraso enfrentado pela Petrobras em 2013. O Projeto Roncador Módulo III, com início de operação previsto para setembro, foi alocado na Bacia de Campos apenas no fim de outubro. Só então os procedimentos para interligação aos poços tiveram início. O semissubmersível P-55 tem capacidade para processar 180 mil bpd de petróleo e 6 milhões de m³/d de gás natural.

Já o FPSO Cidade de Paraty, que deveria iniciar produção em 28 de maio, começou a produzir em 6 de junho. A unidade, responsável pela produção no Projeto Piloto de Lula Nordeste, tem capacidade para processar 120 mil bpd de óleo e 5 milhões de m³/d de gás. Desde o início de 2013, a estatal pôs em operação quatro sistemas de produção.

O primeiro foi o FPSO Cidade de São Paulo, no Projeto-Piloto de Sapinhoá, cuja produção do primeiro óleo ocorreu em 5 de janeiro. A princípio, a Petrobras projetava que a unidade, que tem capacidade para processar 120 mil bpd de petróleo e 5 milhões de m³/d de gás natural, iniciasse produção em 13 de janeiro, uma semana depois.


A segunda embarcação a produzir foi o FPSO Cidade de São Vicente, no dia 12 de fevereiro. A unidade deu início à produção do Sistema de Produção Antecipada (SPA) de Sapinhoá Norte, com capacidade de aproximadamente 15 mil bpd por um prazo máximo de seis meses por causa de limitações de aproveitamento de gás.

O terceiro sistema a operar neste ano foi o FPSO Cidade de Itajaí, no Campo de Baúna, com início de produção em 16 de fevereiro. A embarcação tem capacidade para processar 80 mil barris por dia de óleo e 2 milhões de m³/d de gás. O FPSO Cidade de Paraty foi o quarto e a P-63 e a P-55 devem ser a quinta e a sexta unidades a operar em 2013, respectivamente.

Produção

A princípio, a Petrobras projetava que duas outras unidades, a P-58 e a P-61, entrassem em operação até o fim de 2013 - a primeira em novembro e a segunda em dezembro. Nas últimas semanas, porém, a diretoria da estatal tem sinalizado que pretende pôr nove unidades em produção ainda em 2013, o que indica que outra unidade, provavelmente a P-62 (com início de operação previsto para março de 2014), poderia ser antecipada.

Pôr esses outros cinco sistemas em operação até o fim do ano é fundamental para que a Petrobras consiga cumprir a meta de produção deste ano. Na semana passada, em entrevista ao Broadcast, Graça Foster reiterou a expectativa de que a produção ficará no "limite inferior" da previsão anunciada pela estatal, de 2,022 milhões de barris por dia de petróleo produzidos no Brasil em 2013, com variação de até 2% para cima ou para baixo.

A capacidade de a Petrobras atingir essa marca, contudo, é questionada por analistas. "Entendemos que é uma 'missão quase impossível', já que a companhia teria que atingir uma média diária superior a de setembro em aproximadamente 180 mil barris por dia nos três últimos meses do ano, para atingir o ponto baixo de suas estimativas", destacaram as analistas Karina Freitas e Daniela Martins, da Concórdia Corretora, após a divulgação dos dados de produção de setembro.

Em 2012, a meta de produção da Petrobras já havia sido descumprida. A produção média entre janeiro e dezembro ficou em 1,980 milhão de barris, diferença de 2,06% em relação à marca do ano anterior, considerada referência para a projeção da produção estimada para 2012 e 2013. Internamente, porém, a Petrobras considera que a margem de 2% para baixo foi atingida.

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