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Pesquisa da Harvard analisa como será o escritório do futuro

Há uma relação direta entre aumento de encontros casuais dentro da empresa e produtividade dos funcionários, segundo um artigo da Harvard Business Review


	Encontros: áreas de convivência se tornaram parte central de companhia norueguesa
 (Omar Paixão / VOCÊ S/A)

Encontros: áreas de convivência se tornaram parte central de companhia norueguesa (Omar Paixão / VOCÊ S/A)

Karin Salomão

Karin Salomão

Publicado em 11 de setembro de 2014 às 15h26.

São Paulo – Para aumentar a produtividade e a criatividade dos funcionários, tente promover mais interações entre funcionários, mesmo que de áreas diferentes. É o que um artigo da Harvard Business Review conclui, depois de analisar dados de diferentes companhias pelo mundo.

Segundo uma pesquisa anterior de Ben Waber, CEO da Sociometric Solutions, empresa de serviços de gestão e cientista do MIT, proximidade física aumentou até o número de conversas virtuais entre os funcionários.

Engenheiros que dividiam um espaço conversavam 20% a mais por email ou chat e terminavam os projetos 32% mais rapidamente do que aqueles que trabalhavam em espaços separados.

A partir desse dado, a pesquisa analisa três soluções diferentes para ambientes de trabalho, que ajudaram a melhorar a eficiência e criatividade dentro da empresa.

O artigo foi escrito por Ben Waber, CEO da Sociometric Solutions, empresa de serviços de gestão e cientista visitante no MIT Media Lab; Jennifer Magnolfi, consultora especialista em coworking e interação em ambientes de trabalho; Greg Lindsay, escritora da revista Fast Company e que atualmente está escrevendo um livro sobre relações sociais e espaço físico no trabalho.

Conversas produtivas

A Telenor, companhia de telecomunicações norueguesa, passou a medir as interações entre os funcionários. 90% dos funcionários receberam aparelhos localizadores para monitorar com quem eles conversavam na empresa.

Descobriram que, quanto maior a interação entre pessoas, independente do conteúdo das conversas, a produtividade crescia. O mesmo acontecia com o conhecimento: com mais encontros casuais entre pessoas de setores diferentes, as informações circulavam melhor e aumentavam a eficiência do trabalho.

Áreas de convivência, como o café, se tornaram parte central da companhia. A companhia também desenhou espaços abertos de trabalho colaborativo, ao lado de pequenas salas para trabalhos em grupos menores.

Segundo o estudo, Jon Fredrik Baksaas, o CEO da empresa, responsabiliza o design da sede em Oslo por ajudar a companhia a ter, hoje, 150 milhões de clientes.

Cafés e lanches

O estudo também menciona uma companhia farmacêutica com vendas anuais de aproximadamente US$1 bilhão.
Segundo a pesquisa dos especialistas, quando um funcionário da área de vendas conversava 10% a mais com pessoas de outras áreas, suas vendas também cresciam 10%.

A companhia possuía uma máquina de café para cada seis pessoas, em média. Elas foram abolidas e substituídas por grandes áreas comuns, com uma cafeteria para aproximadamente 120 pessoas.

As vendas cresceram rapidamente 20%, justificando o investimento no design.

Imitando o coworking em grandes empresas

Segundo o artigo, as grandes empresas já estão de olho na tendência de coworking, em que pequenas empresas se juntam em um mesmo espaço e trocam experiências.

Esse princípio está no cerne da construção do Downtown Project, que está sendo construído em Las Vegas. O CEO da Zappos, Tony Hsieh, está investindo US$350 milhões em uma área que reúne funcionários de sua empresa, startups, moradores e empresários independentes.

Depois de seis meses, a pesquisa do executivo Hsieh identificou um aumento de 42% em encontros presenciais e alta de 78% nas propostas para resolver problemas específicos. 

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