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Pequenas e médias empresas recuam 4% em novembro em comparação com 2021

Apesar da queda, o IODE-PMEs mostra crescimento de 1,9% em relação a 2021 no acumulado do ano

 (Nuthawut Somsuk/Getty Images)

(Nuthawut Somsuk/Getty Images)

Isabela Rovaroto

Isabela Rovaroto

Publicado em 28 de dezembro de 2022 às 13h39.

Última atualização em 28 de dezembro de 2022 às 13h59.

A média da movimentação financeira real das pequenas e médias empresas brasileiras voltou a apresentar queda na comparação com mesmo período do ano anterior, de acordo com o Índice Omie de Desempenho Econômico das PMEs (IODE-PMEs). No decorrer de 2022, quedas do índice na comparação anual apenas foram verificadas entre outubro e novembro, acendendo um alerta acerca de uma eventual perda de fôlego mais prolongada do mercado de PMEs no país no curto prazo.

Em novembro, o IODE-PMEs mostra que a média da movimentação financeira real das PMEs brasileiras recuou 4,0% na comparação com novembro de 2021. Já na comparação direta com outubro de 2022, o índice mostrou crescimento de 2,5%. Mesmo com os resultados negativos nos últimos dois meses, no acumulado do ano até novembro, o IODE-PMEs mostra crescimento de 1,9% em relação ao mesmo período de 2021.

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O IODE-PMEs funciona como um termômetro econômico das empresas com faturamento de até R$ 50 milhões anuais, consistindo no monitoramento de 637 atividades econômicas que compõem cinco grandes setores: Agropecuário, Comércio, Indústria, Infraestrutura e Serviços.

Subida dos juros

Os efeitos da subida de juros no país para controle das fortes pressões inflacionárias influenciaram nos resultados de novembro.

“A subida de juros dificulta a tomada de crédito para o consumo e prejudica a evolução dos investimentos em geral. Além disso, a confiança dos consumidores — medida pelo ICC-FGV — voltou a recuar em novembro (-3,3 pontos), reflexo da piora das expectativas dos agentes para os próximos meses, o que também atesta um cenário mais adverso no período para a evolução do consumo das famílias”, diz Felipe Beraldi, gerente de Indicadores e Estudos Econômicos da Omie.

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Segmentos

Segundo as aberturas setoriais do IODE-PMEs, o resultado negativo em novembro foi puxado pelo fraco desempenho dos setores Comércio e Serviços — segmentos com o maior volume de empresas da economia brasileira.

No comércio, a movimentação financeira retraiu 5,7% em novembro na comparação anual, com quedas verificadas nos segmentos atacadista e veículos. Por outro lado, mesmo com a queda no setor em geral, o varejo voltou a apresentar crescimento em novembro de 2,3%, diante do efeito positivo da Black Friday sobre alguns ramos.

A movimentação financeira média real das PMEs de Serviços caiu -5,0%. Os fracos resultados estão concentrados na ‘Saúde humana e serviços sociais’ e ‘Transporte, armazenagem e correio’, além das ‘Atividades administrativas e serviços complementares’ (tais como ‘Serviços de escritório e apoio administrativo’ e ‘Seleção e agenciamento de mão de obra).

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Por outro lado, algumas atividades de Serviços registraram desempenho positivo no último mês, como no setor de alimentação, que avançou 27,5%.

Em linhas gerais, enquanto a realização da Copa do Mundo prejudicou a evolução de alguns setores B2B, a realização do evento tem efeitos positivos sobre alguns segmentos de serviços, tais como bares, restaurantes e fornecimento de alimentos para consumo domiciliar.

Na contramão do resultado geral do mercado de PMEs, há setores que apresentaram crescimento no período recente.

O principal destaque voltou a ser as PMEs da indústria, em que a movimentação financeira real avançou 1,3% na comparação anual, com destaque para ‘Impressão e reprodução de gravações’ e ‘Preparação de couros e fabricação de artefatos de couro, artigos para viagem e calçados’. As PMEs de infraestrutura também apresentaram resultado positivo de 3,4% em novembro, puxadas pelas atividades de ‘Prestação de serviços especializados para a construção’.

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