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Pequenas e médias empresas crescem 14,6% em outubro; veja resultado por segmento

O crescimento foi impulsionado pelo setor industrial, de serviços e infraestrutura

PME: comércio é o único setor que registrou retração em outubro  (Morsa Images/Getty Images)

PME: comércio é o único setor que registrou retração em outubro (Morsa Images/Getty Images)

Isabela Rovaroto
Isabela Rovaroto

Repórter de Negócios

Publicado em 4 de dezembro de 2023 às 14h10.

Última atualização em 4 de dezembro de 2023 às 14h13.

As pequenas e médias empresas (PMEs) brasileiras registraram alta de 14,6% nas movimentações financeiras em outubro de 2023, de acordo com Índice Omie de Desempenho Econômico das PMEs (IODE-PMEs). O índice indica que o quarto trimestre do ano iniciou em aceleração, após crescimento de 9,4% no terceiro trimestre. No acumulado do ano até outubro, o IODE-PMEs mostra crescimento de 6,0% na comparação com igual período do ano anterior.

O IODE-PMEs funciona como um termômetro econômico das empresas com faturamento de até R$ 50 milhões anuais, divididas em 678 atividades econômicas que compõem quatro grandes setores: Comércio, Indústria, Infraestrutura e Serviços.

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Para o economista Felipe Beraldi o resultado de outubro reflete a manutenção da recuperação financeira real de contas a receber das PMEs da Indústria e aceleração do setor de Serviços.

“O comportamento favorável do mercado de PMEs foi previamente sinalizado pelos resultados da ‘Sondagem Omie das Pequenas Empresas’, realizada entre julho e agosto de 2023, em que cerca de 80% dos gestores de pequenos negócios estimavam que o faturamento deveria manter tendência de crescimento no curto prazo”, diz.

Quais setores mais cresceram

No setor de Serviços, as PMEs cresceram 13,4% em outubro no comparativo com o mesmo mês do ano anterior, após avançarem 9,1% no terceiro trimestre, puxado pelo bom desempenho dos segmentos:

  • ‘Saúde humana e serviços sociais’
  • ‘Atividades administrativas e serviços complementares’
  • ‘Atividades profissionais, científicas e técnicas’

“A retomada do crescimento de alguns segmentos de PMEs afeta positivamente os negócios de prestadores de serviços para empresas, como os contadores”, diz Beraldi.

O maior crescimento observado em outubro pelo IODE-PMEs foi do setor industrial, que avançou 23,5%. Dos 23 subsetores da indústria de transformação acompanhados pelo índice, 20 mostraram crescimento de dois dígitos no último mês, com destaque para as atividades de:

  • ‘Fabricação de produtos de madeira’
  • ‘Fabricação de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos’
  • ‘Impressão e reprodução de gravações’

No segmento de Infraestrutura, o IODE-PMEs mostrou avanço da movimentação financeira real  de 8,1%, reflexo do bom desempenho de atividades ligadas à construção civil, como “Serviços especializados para construção’ e ‘Construção de edifícios’. Por outro lado, o índice segue indicando queda da atividade das PMEs ligadas às atividades de ‘Obras de infraestrutura’.

O setor de Comércio foi o único que apresentou retração em outubro. O setor apresentou  queda de 0,5%.

"O resultado recente reflete, sobretudo, a recuperação no segmento atacadista (+5,5%), com destaque para atividades ligadas ao: ‘Atacado de mármores e granitos’, ‘Atacado de produtos de higiene pessoal’ e ‘Atacado de alimentos’”, diz Beraldi.

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No varejo, apesar da nova queda de 14,1% observada em outubro, há atividades de alguns segmentos que seguem em crescimento, como:

  • ‘Varejo de pedras para revestimento’
  • ‘Varejo de artigos de cama, mesa e banho’
  • ‘Varejo de plantas e flores naturais’

“Em linhas gerais, observamos manutenção dos condicionantes principais de crescimento das PMEs para os próximos meses: i) sustentação da renda, reflexo da resiliência vista no mercado de trabalho; ii) menores pressões inflacionárias e; iii) primeiros passos do ciclo de redução da taxa básica de juros (Taxa Selic) pelo BCB”, diz o economista.

Apesar dos resultados positivos, o economista destaca que o cenário para as PMEs no curto prazo se mostra permeado por maior grau de incertezas, reflexo do aumento das preocupações com a capacidade do governo em sustentar seus planos de ajuste fiscal.

“Ainda é cedo para atestar que o cenário doméstico se encontra pendendo para um lado mais pessimista, porém o tema deve ser monitorado de perto pelos empreendedores e demais agentes do mercado”, afirma Beraldi.

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