Negócios

Pequenas e médias empresas brasileiras crescem 1,9% em 2022

Desempenho das PMEs foi puxado pelo avanço no Agro (+16,7%), no Comércio (+5,5%) e na Indústria (+2,1%)

PMEs em 2022: índice mede o desempenho de empresas com faturamento de até R$ 50 milhões (Morsa Images/Getty Images)

PMEs em 2022: índice mede o desempenho de empresas com faturamento de até R$ 50 milhões (Morsa Images/Getty Images)

Isabela Rovaroto

Isabela Rovaroto

Publicado em 7 de fevereiro de 2023 às 05h00.

Como foi 2022 para as pequenas e médias empresas brasileiras? De acordo com o Índice Omie de Desempenho Econômico das PMEs (IODE-PMEs) o resultado foi positivo, com expansão de 1,9%. Entre os destaques estão o avanço do Setor Agropecuário e o crescimento no Centro-Oeste. 

O índice funciona como um termômetro econômico das empresas com faturamento de até R$ 50 milhões anuais, feito com base no monitoramento de 692 atividades econômicas, que compõem cinco grandes setores: Agropecuário, Comércio, Indústria, Infraestrutura e Serviços.

Segundo Felipe Beraldi, gerente de Indicadores e Estudos Econômicos da Omie, o mercado de PMEs foi favorecido em 2022 pelo maior controle da pandemia de covid-19 e os consequentes efeitos mais moderados na economia em comparação com 2021 e 2020.

“Além disso, incentivos fiscais, como a manutenção e ampliação do Auxílio Brasil, foram determinantes na sustentação do consumo, em meio a um mercado de trabalho em recuperação e à trajetória de alta da taxa básica de juros para conter a inflação”, diz.

Setores

O crescimento do IODE-PMEs em 2022 foi condicionado pelo avanço ou retrção da movimentação financeira real dos seguinte segmentos na comparação com 2021:

  • Comércio: +5,5%
  • Indústria: +2,1%
  • Agropecuário: +16,7%
  • Infraestrutura: -0,9%

Comércio

No Comércio, o crescimento foi puxado pelo avanço das PMEs do setor varejista (+7,6%), enquanto o segmento atacadista avançou de modo mais modesto (+5,9%). Por outro lado, o segmento de ‘comércio e reparação de veículos’ encerrou o ano apresentando retração (-6,7%).

Indústria

Já na Indústria, o crescimento das pequenas e médias empresas foi condicionado pela retomada de alguns segmentos de transformação, como produtos químicos, têxteis, fabricação de autopeças e preparação de couros e fabricação de artefatos de couro, artigos para viagem e calçados.

Serviços

O setor de Serviços, por sua vez, também avançou em 2022, ainda que discretamente (+0,9%). A respeito dos principais segmentos, os destaques positivos em 2022 foram os serviços de ‘alojamento e alimentação’, educação e ‘atividades financeiras e serviços relacionados’.

A recuperação do setor de Serviços ocorreu de modo mais claro a partir do segundo semestre de 2021, especialmente com o maior controle da covid-19 no país e a volta da prestação de serviços presenciais.

De toda forma, o segmento já tem apresentado, nos últimos meses, os efeitos do ambiente macroeconômico mais adverso, com subida de juros e queda da confiança do consumidor. Por conta disso, após um primeiro semestre ainda no campo positivo, as PMEs do setor desaceleraram nos últimos meses, tendo encerrado o quarto trimestre de 2022 com ligeira queda (-0,3%).

Infraestrutura

O único setor das PMEs que apresentou retração  foi o de Infraestrutura, com queda 0,9% ante 2021. Na construção civil, houve continuidade do crescimento do segmento de ‘Serviços especializados para a construção’ – registrada nos últimos anos, que abre espaço para diversos serviços especializados auxiliares de pequenas e médias empresas.

Por outro lado, a atividade de ‘Construção de edifícios’, em si, voltou a apresentar retração, possivelmente refletindo os efeitos do aumento da taxa básica de juros no decorrer do ano anterior. Além disso, também foi observada retração no segmento de ‘Água, esgoto, atividades de gestão de resíduos e descontaminação’.

Regiões

O IODE-PMEs também permite a avaliação do mercado de modo regionalizado. Por esse ângulo, observamos que o crescimento das PMEs em 2022 foi sustentado pelo avanço dos negócios nas regiões Sudeste (+4,3%), Sul (+6,1%) e Centro-Oeste (+7,9%). Por outro lado, houve retração da movimentação financeira real média nas regiões Nordeste (-2,1% ante 2021) e Norte (-10,3%).

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