Operários trabalham na construção de um condomínio residencial: PDG registrou queda de 23 por cento nas despesas comerciais, gerais e administrativas (Paulo Fridman/Bloomberg)
Da Redação
Publicado em 9 de maio de 2014 às 16h24.
São Paulo/Rio de Janeiro - A PDG Realty enxerga espaço para redução adicional das despesas gerais e administrativas nos próximos trimestres, enquanto as margens devem continuar apresentando melhora, depois de divulgar resultados de janeiro a março que impulsionavam os papéis da companhia a cerca de 4 por cento nesta sexta-feira.
"Em linha com a redução do tamanho das operações da companhia, nós temos um pouco mais de liberdade para otimizar", disse em teleconferência o presidente-executivo da companhia, Carlos Piani.
A PDG divulgou na noite de quinta-feira um lucro trimestral de 2,8 milhões de reais, ante um prejuízo de 73,8 milhões de reais um ano antes.
A companhia registrou queda de 23 por cento nas despesas comerciais, gerais e administrativas, que encerraram o trimestre em 133,4 milhões de reais.
"(A queda das despesas) naturalmente vai acontecer na medida que a gente for entregando as obras", disse à Reuters o diretor de relações com investidores da PDG, Rafael Espírito Santo.
Com a geração de caixa esperada para o segundo semestre, a companhia vai poder entrar em um novo ciclo, de desalavancagem, acrescentou o executivo.
Mas analistas ainda estão preocupados com os altos níveis de endividamento da empresa e saldo de caixa cada vez menor.
"A PDG ainda está em processo de recuperação de suas operações e apesar da melhora dos resultados do primeiro trimestre, nós acreditamos que o processo de desalavancagem vai demorar mais do que o esperado", disse em relatório o analista do Espírito Santo Investment Bank, Eduardo Silveira.
Mas os resultados impulsionam o desempenho das ações nesta sexta-feira. Às 16h12, as ações da PDG subiam 4,49 por cento, cotadas a 1,63 reais, enquanto o Ibovespa recuavam 0,47 por cento.
Para o diretor da PDG, o crescimento das margens vai ocorrer de forma gradual. "A gente vem vendo isso ocorrer nos últimos trimestres e devem continuar acontecendo", afirmou.
Segundo ele, à medida que projetos antigos e com margens menores -lançados até 2013, quando a companhia iniciou seu processo de recuperação - forem entregues, o peso deles nas margens consolidadas irá diminuir. Os projetos lançados após 2013 ainda não são representativos, e ganharão espaço gradualmente, adicionou.
A PDG não vê impacto em seus negócios de desacelaração do cenário econômico. "A gente está mantendo a nossa programação de lançamentos para o ano", disse o vice-presidente de incorporação da companhia, Antonio Guedes.
A companhia divulgou na quinta-feira que lançou dois empreendimentos em abril, triplicando o valor geral de vendas (VGV) para 404 milhões de reais nos quatro primeiros meses do ano.