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Patrimônio muçulmano de US$ 11 tri atrai gestores asiáticos

“Haverá crescimento positivo porque os investidores continuam buscando retornos constantes, mas não projetamos uma disparada”, disse diretor-gerente da empresa


	RHB Bank: unidades de gestão de ativos planejam novos fundos islâmicos, ampliando um segmento que vem atraindo gestores de recursos internacionais
 (Sanjit Das/Bloomberg)

RHB Bank: unidades de gestão de ativos planejam novos fundos islâmicos, ampliando um segmento que vem atraindo gestores de recursos internacionais (Sanjit Das/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 16 de agosto de 2016 às 17h42.

A disputa para administrar o patrimônio de indivíduos, instituições e governos muçulmanos, que totaliza US$ 11,5 trilhões, está se intensificando.

Unidades de gestão de ativos do RHB Bank, da Malásia, e do PT Bank Mandiri, da Indonésia, planejam novos fundos islâmicos, ampliando um segmento que vem atraindo gestores de recursos internacionais, incluindo BNP Paribas e Schroder Investment Management, nos últimos 12 meses.

Embora a demanda por investimentos que cumpram os princípios do alcorão esteja aumentando, cerca de US$ 9,5 trilhões do patrimônio islâmico continuam fora do setor financeiro da sharia, segundo estimativas apresentadas em fevereiro pelo Centro Financeiro Islâmico Internacional da Malásia.

“Haverá crescimento positivo porque os investidores continuam buscando retornos constantes e sustentáveis, mas não projetamos uma disparada”, disse Raj Mohamad, diretor-gerente da empresa de consultoria Five Pillars, com sede em Cingapura.

“Levando em consideração que a Ásia é o lar de dois terços da população muçulmana, os países asiáticos estão na melhor posição para aproveitar esse grupo demográfico”.

A RHB Group Asset Management oferecerá em 2017 pelo menos quatro veículos de investimento condizentes com a sharia, voltados para participações em empresas de capital fechado, imóveis, títulos sukuk e ações, disse a diretora-gerente Eliza Ong.

A PT Mandiri Manajemen Investasi, com sede em Jacarta, montará quatro fundos islâmicos nos próximos 12 meses, após ter estabelecido em agosto o primeiro fundo de investimento em dólar que cumpre a sharia, disse Mungki Ariwibowo Adil, responsável por desenvolvimento e gestão de produto.

A RHB informa que seus planos vão além da Malásia, ao passo que os novos fundos da Mandiri estarão voltados para investidores da Indonésia, o país muçulmano mais populoso.

As leis da sharia proíbem investimentos em ações de empresas que estejam excessivamente endividadas ou envolvidas em atividades consideradas antiéticas, como apostas, prostituição e negócios relacionados com bebidas alcoólicas ou carne suína.

O Pew Research Center, com sede em Washington, estima que o islamismo continuará sendo a grande religião de crescimento mais acelerado do mundo durante as próximas décadas.

A RHB Group Asset, que administra 54 bilhões de ringgits (US$ 13,5 bilhões), oferecerá novos fundos islâmicos na Malásia e poderá disponibilizar alguns deles em Brunei, Indonésia, Cingapura e Oriente Médio, de acordo com Ong.

Os planos de investimento fazem parte de uma iniciativa para aumentar a porção de ativos islâmicos para um quarto dos ativos sob gestão até 2020, em comparação com 8 por cento agora, disse ela.

Os gestores de recursos que seguem a sharia estão buscando mais investimentos islâmicos porque a quantidade de emissões de títulos sukuk continua sendo ínfima em termos relativos.

As vendas em todo o mundo de dívida que cumpre os princípios da religião aumentaram 18 por cento, para US$ 27,2 bilhões, no ano até agora, após terem chegado a US$ 35,6 bilhões durante todo o ano passado, de acordo com dados compilados pela Bloomberg.

A emissão de títulos corporativos islâmicos denominados em ringgit aumentou 56 por cento em 2016, para 42,1 bilhões de ringgits.

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