Biquínis, maiôs, shorts, vestidos e blusas leves custam mais barato do que as peças de inverno, que utilizam mais tecido, mas ainda assim lucra-se mais nas edições de verão (Agência Fotosite)
Da Redação
Publicado em 24 de maio de 2012 às 21h39.
Rio de Janeiro - No mercado de moda, falou em verão, falou em boas vendas. O Rio-à-Porter e o Fashion Business, os dois salões realizados paralelamente ao Fashion Rio, fecham sexta-feira seus balanços com números positivos. Em um país com o clima do Brasil, a moda verão fica muito mais tempo nas araras das lojas do que a de inverno - praticamente oito meses, à exceção do comércio da região Sul -, e é a que interessa aos compradores que vêm de fora. O que se traduz em maior volume de encomendas.
Biquínis, maiôs, shorts, vestidos e blusas leves custam mais barato do que as peças de inverno, que utilizam mais tecido, mas ainda assim lucra-se mais nas edições de verão, haja vista a necessidade que os lojistas têm de repor seus estoques. Entre os estrangeiros que vieram às compras no Rio, metade é dos Estados Unidos. O interesse maior, naturalmente, é pelo tal "brazilian bikiny", único no mundo.
No Rio-à-Porter, a expectativa é de vendas 10% mais quentes do que as registradas na edição de inverno (no mês de janeiro). O Fashion Business - que mira só no mercado nacional - é mais ousado: acredita que o aumento será de mais de 20% (algumas lojas já chegaram a 50% de crescimento, na comparação com um ano atrás). Os dois eventos começaram terça-feira e terminam sexta-feira. Ligado ao Fashion Rio, o primeiro, montado num casarão em Botafogo, é menor: conta com 119 expositores. A ideia dos organizadores é "menos é mais". "Como o espaço é reduzido em relação ao Píer Mauá (a casa inicial do salão), estamos mais focados. Quem participa de uma edição já faz reserva para a seguinte. Muitas marcas ficaram de fora. Adequados os perfis do expositor e do comprador", explica a coordenadora, Graça Cabral.
Cento e setenta confeccionistas participam do Fashion Business, nesta edição num hotel em São Conrado. O foco é o aumento das vendas a cada estação e a geração de empregos na cadeia produtiva da moda. Para tal, são chamados mil compradores considerados vips, por seu histórico de bons negócios. Eloysa Simão, à frente do FB há 20 edições, prefere remar a favor da maré e concentrar os esforços no mercado interno. "Com o dólar a R$ 3, R$ 4, nossa roupa era competitiva; hoje não dá para os brasileiros no mercado internacional", avalia.
O Fashion Rio vai até sábado. Nesta quinta-feira, os desfiles começaram cedo, com os novos estilistas do Rio Moda Hype. À tarde, a Ágatha mostrou uma coleção toda em azul e verde, do néon aos tons fechados. O tema era liberdade, e as cores, para a grife, simbolizam a natureza e suas infinitas possibilidades. Dobraduras, paetês fazendo efeito de escamas e pele de peixe deram personalidade às criações. Em seguida veio a Nica Kessler, com uma inspiração inusitada: a cozinha portuguesa. Alguns vestidos traziam estampas de frutas e legumes. Os mais bonitos eram os de renda artesanal, os de laise e os que remetiam aos famosos azulejos azuis e brancos - românticos e bem comerciais.