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Parente vê venda de ativos da Petrobras como crucial

Rio de Janeiro - O plano bilionário de venda de ativos da Petrobras é "crucial" para a reconstrução da empresa, que não prevê contar com um socorro financeiro do Tesouro Nacional, afirmou nesta quinta-feira o novo presidente da petroleira, Pedro Parente, durante cerimônia de transmissão do cargo de CEO. "A empresa precisa fortalecer o seu […]


	Pedro Parente: "A empresa precisa fortalecer o seu caixa e reduzir a sua dívida, e os desinvestimentos são fundamentais para esse objetivo"
 (Adriano Machado / Reuters)

Pedro Parente: "A empresa precisa fortalecer o seu caixa e reduzir a sua dívida, e os desinvestimentos são fundamentais para esse objetivo" (Adriano Machado / Reuters)

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Da Redação

Publicado em 2 de junho de 2016 às 15h56.

Rio de Janeiro - O plano bilionário de venda de ativos da Petrobras é "crucial" para a reconstrução da empresa, que não prevê contar com um socorro financeiro do Tesouro Nacional, afirmou nesta quinta-feira o novo presidente da petroleira, Pedro Parente, durante cerimônia de transmissão do cargo de CEO.

"A empresa precisa fortalecer o seu caixa e reduzir a sua dívida, e os desinvestimentos são fundamentais para esse objetivo", afirmou Parente, em discurso de mais de 30 minutos para uma plateia repleta de agentes do setor.

Parente evitou entrar em detalhes sobre quais ativos poderão ser vendidos, mas frisou que as discussões estarão baseadas nas estratégias e necessidades da empresa.

"O que me incomoda muito é trazer dogmas para a discussão (de venda de ativos). Vamos discutir com base em fatos e dados o que for melhor para a companhia", afirmou, frisando que também serão avaliadas parcerias estratégicas em ativos.

Questionado por jornalistas, em coletiva de imprensa após o discurso, sobre a forte resistência dos sindicatos de petroleiros ao plano de desinvestimentos e à escolha de seu nome para presidir a empresa, que incluiu a ameaça de greves, Parente afirmou que está disposto a dialogar.

O presidente do conselho da Petrobras, Nelson Carvalho, também presente na coletiva, complementou a fala de Parente e disse que se os petroleiros estivessem preocupados com os prejuízos há mais tempo, talvez a companhia não tivesse chegado ao complicado momento em que se encontra.

Uma das demandas dos sindicatos é que a empresa seja socorrida financeiramente pelo governo. Os sindicatos também rejeitam Parente, por ele ter trabalhado no governo de Fernando Henrique Cardoso, tão marcado por privatizações.

Parente frisou que "não gosta" da visão de que o governo, principal acionista, deveria capitalizar a Petrobras.

Segundo ele, o país vive hoje um "gravíssimo quadro fiscal" e um socorro do Tesouro seria jogar "nas contas do contribuinte brasileiro a solução de um problema que ele não ajudou a criar".

Para o executivo, além de ter sofrido com corrupção, desvendada pela operação Lava Jato, da Polícia Federal, a empresa também sofreu com má gestão por muitos anos.

"O que aconteceu com a Petrobras é um absurdo, é inominável", afirmou.

Em seu discurso, Parente destacou que a empresa permanecerá em busca de melhorias na governança e que ainda não há completa certeza de que a corrupção foi estancada.

Também frisou que está trabalhando na conclusão da revisão da estratégia da companhia, que deve acontecer em 120 dias.

"Essa revisão servirá como guia para a atuação da Petrobras na solução de seus problemas mais imediatos, mas sinalizará também para onde vamos caminhar no médio e longo prazos."

Apesar de frisar que a empresa não terá intervenção do governo, o executivo afirmou que isso não quer dizer que a empresa poderá dispensar o apoio das autoridades para o plano de recuperação.

Segundo ele, pode ser que o plano demande alterações legais ou regulamentares que dependam do governo.

Dentre questões que envolvem o governo, Parente citou também a política de conteúdo local, explicando que ela tem que se mostrar competitiva e evitar a criação de reservas de mercado para empresas e fornecedores.

"Entendemos que uma política de conteúdo local que ajude nosso setor industrial a ser competitivo globalmente é necessária... Mas, para isso, essa política precisa incentivar a inovação, as parcerias, a produção com qualidade, custos e prazos adequados para as nossas necessidades do país", declarou. 

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