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Parente diz que custo de extração do pré-sal é de US$8/barril

Presidente da Petrobras também afirmou que o problema está na demora em explorar o pré-sal

Pedro Parente: ele reafirmou que, nos próximos cinco anos, os investimentos da Petrobras continuarão voltados para a exploração do óleo (Rovena Rosa/Agência Brasil)

Pedro Parente: ele reafirmou que, nos próximos cinco anos, os investimentos da Petrobras continuarão voltados para a exploração do óleo (Rovena Rosa/Agência Brasil)

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Reuters

Publicado em 8 de agosto de 2017 às 11h43.

São Paulo - Os custos de extração do petróleo do pré-sal estão em 8 dólares por barril, disse nesta terça-feira o presidente da Petrobras, Pedro Parente, durante evento em São Paulo.

"O pré-sal, hoje, tem um custo de extração de 8 dólares por barril. O problema foi a demora em explorar o pré-sal", disse o executivo, sem elaborar.

Até pouco tempo atrás, a Petrobras obrigatoriamente deveria ser a operadora de blocos do pré-sal, o que limitou a atuação de outras empresas e consequentemente a exploração.

De qualquer forma, com pesados investimentos principalmente da Petrobras nos últimos anos, a produção do pré-sal no país superou a do pós-sal em junho, informou a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) ao final de julho.

Parente afirmou ainda que a prática de uma nova política de preços de gasolina e diesel por um período prolongado, com reajustes quase que diários nas refinarias pela Petrobras, reduzirá a chance de as cotações ficarem abaixo da paridade internacional.

Contudo, a Petrobras está vendendo gasolina no Brasil a valores muito próximos aos adotados no Golfo do México, flertando com os patamares da paridade de importação ao reduzir suas margens, em uma nova estratégia mais agressiva para reconquistar participação no mercado doméstico, segundo analistas consultados pela Reuters.

A venda desses combustíveis por valores inferiores aos da paridade é prática proibida pela política da Petrobras.

A partir do mês passado, a estatal passou a fazer ajustes quase que diários para recuperar vendas perdidas desde que uma política implantada em outubro de 2016 mostrou-se incapaz de estabelecer negócios lucrativos sem abrir espaço para concorrentes, que ganharam mercado no país importando derivados baratos.

Sobre o consumo internacional de petróleo, Parente disse que o pico da demanda deverá ocorrer nos próximos anos e, depois, entrar em trajetória de queda.

"Sabe-se que, em algum momento, o consumo de petróleo e de seus derivados atingirá um pico. E os estudos dizem que esse pico ocorreria após 2040, mas agora já começaram a aparecer outros estudos mostrando que isso pode ocorrer em 2025", afirmou ele, em referência a veículos mais eficientes ou mesmo movidos a eletricidade.

Apesar disso, Parente reafirmou que, nos próximos cinco anos, os investimentos da companhia continuarão voltados para a exploração do óleo, apesar da pressão exercida pela oferta, principalmente do chamado "shale gas", a produção não convencional dos EUA que tem inundado o mercado.

Governança

As alterações na gestão corporativa da Petrobras são fundamentais para que a estatal "possa evitar os problemas do passado" e alcançar o reconhecimento financeiro do mercado, disse Parente.

Parente ainda destacou que, atualmente, os processos seletivos para cargos de liderança são "transparentes", que os conselheiros são independentes e que não há "decisão, obra ou contrato com uma única assinatura". "Tudo passa por diversos comitês", resumiu.

Os reflexos dessas alterações na governança corporativa começam a aparecer. De acordo com ele, há um ano 6 por cento dos analistas recomendavam a compra de ações da Petrobras na bolsa, número que saltou para 75 por cento agora.

Sobre uma eventual privatização da estatal, Parente comentou que "neste momento, na minha visão, entendo que a sociedade brasileira não está preparada".

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