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"Parceria com a Boeing não é vital", diz presidente da Embraer

"Sem dúvida, estamos em um momento especial, a companhia está sólida e tem grau de investimento. A parceria com a Boeing não é vital", afirmou.

EMBRAER: empresa divulga resultados nesta quinta-feira / Roosevelt Cassio | Reuters (Roosevelt Cassio/Reuters)

EMBRAER: empresa divulga resultados nesta quinta-feira / Roosevelt Cassio | Reuters (Roosevelt Cassio/Reuters)

Karin Salomão

Karin Salomão

Publicado em 4 de abril de 2018 às 13h50.

Última atualização em 4 de abril de 2018 às 14h07.

São José dos Campos - A Embraer continua em conversas com a norte-americana Boeing para uma possível fusão, afirmou o presidente da empresa Paulo Cesar de Souza e Silva, mas não há data para o fechamento do negócio.

"Estou otimista com o negócio, mas existem desafios e requerimentos de todas as partes", disse o presidente.

"É uma operação complexa, não trivial, precisamos chegar a uma situação confortável para todos: Embraer, Boeing e governo brasileiro".

Perguntado se haveria outros interessados na companhia brasileira, ele respondeu que "precisamos estar atentos aos movimentos estratégicos".

Mesmo assim, ele garante que a Embraer consegue se sustentar e competir no mercado mesmo se a fusão não se concretizar. "Sem dúvida, estamos em um momento especial, a companhia está sólida e tem grau de investimento. A parceria com a Boeing não é vital", afirmou.

Novo capítulo

As declarações ocorreram hoje, durante a cerimônia de entrega do novo avião comercial da Embraer, o E190-E2, na sede da companhia em São José dos Campos. Segundo Silva, o lançamento de uma nova geração de jatos comerciais inaugura "um novo capítulo na história da companhia".

A aeronave é a primeira da nova geração de E-Jets, que terá três aeronaves de 80 a 146 assentos introduzidos até 2021. O projeto da criação da nova geração começou em 2013.

Líder mundial na fabricação de jatos comerciais com até 130 assentos, os novos aviões "farão da Embraer uma empresa mais forte, mais abrangente e possibilita entrar em novos mercados", disse ele.

Já o E195-E2, que ainda será lançado, tem cerca de 120 a 146 assentos e, por isso, abre a possibilidade para a empresa de atuar com mais força com grandes companhias aéreas, como as dos Estados Unidos, maior mercado do mundo e destino de um terço das aeronaves comerciais fabricadas pela companhia, por exemplo.

O jato E195-E2, que tem de 120 a 146 assentos e abre a possibilidade para a empresa de atuar com mais força com grandes companhias aéreas

O jato E195-E2, que tem de 120 a 146 assentos e abre a possibilidade para a empresa de atuar com mais força com grandes companhias aéreas (Embraer/Divulgação)

Cerca de 75% dos sistemas dos novos modelos são novos comparados à primeira geração e economizam cerca de 17,3% de combustível, o que as torna as mais sustentáveis em sua categoria.

O primeiro avião da nova geração será operado pela Widerøe, companhia aérea regional da Noruega e a maior da Escandinávia, e começará a voar no dia 24 de abril. É o primeiro jato da história da companhia, em seus 84 anos e a entrega da aeronave marca a sua chegada como um novo cliente da fabricante brasileira. A companhia aérea já fez um pedido firme para três aeronaves e direito de compra de mais 12 e-jets E2 - se confirmado, o valor total do pedido será de 873 milhões de dólares.

Esse não deve ser o único pedido para a nova geração das aeronaves comerciais da Embraer.

Atualmente, a fabricante entrega cerca de 230 aeronaves por ano, comerciais ou  executivas. "Com a nova geração, os pedidos de aviões comerciais pode aumentar ", afirmou o presidente.

Para John Slattery, presidente da Embraer Aviação Comercial, o nível de pedidos costuma subir assim que um novo avião é anunciado. "Não vou dar previsões além do nosso guidance (que prevê entrega de 85 a 95 aviões comerciais em 2018), mas posso dizer que estamos em conversas significativas com companhias aéreas em todo o mundo".

Paulo Cesar garante que a fábrica em São José dos Campos tem capacidade para suportar o aumento de pedidos.

 

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