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Parada gay movimenta hotéis em SP, mas ainda perde para Fórmula 1

Ocupação dos hotéis na região da Paulista chega a 80%, mas faturamento poderia ser maior

Parada Gay, em São Paulo: no final de semana do evento, a ocupação dos hotéis da região da avenida Paulista passa do patamar de 50% a 60% - típico dos finais de semana – para 80% (Wikimedia Commons)

Parada Gay, em São Paulo: no final de semana do evento, a ocupação dos hotéis da região da avenida Paulista passa do patamar de 50% a 60% - típico dos finais de semana – para 80% (Wikimedia Commons)

DR

Da Redação

Publicado em 24 de junho de 2011 às 19h11.

São Paulo - Nesse domingo (26/6), a cidade de São Paulo sedia sua 15ª parada gay. O evento deve reunir cerca de 3 milhões de pessoas na Avenida Paulista, inferior apenas à Virada Cultural, que agrega 4 milhões de pessoas, mas dispersas por toda a cidade. Aparentemente, a parada gay seria uma excelente oportunidade para os 410 hotéis da cidade. Mas o evento ainda perde para outros com público bem inferior, como o Grande Prêmio Brasil de Fórmula 1, que também é realizado em São Paulo.

A parada gay é um evento de rua popular, sem camarotes, o que reflete na ocupação dos hotéis, segundo Bruno Omori, presidente da Abih-SP (Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Estados de São Paulo). No final de semana do evento, a ocupação dos hotéis da região da Paulista passa do patamar de 50% a 60% - típico dos finais de semana – para 80%, segundo Omori. Nos feriados emendados, a ocupação é ainda menor, chegando a 20% a 30%, o que significa que o evento deve ajudar ainda mais o setor. 

“O melhor evento é a Fórmula 1”, diz Omori. Apesar do evento trazer bem menos turistas – 44.000 ante os 188.000 da Parada Gay – os turistas da Fórmula 1 gastam mais, um total de 250 milhões de reais nos três dias de evento, cerca de 5,7 mil reais por pessoa, enquanto na parada gay a média de gastos é de 470 reais por pessoa. 

O cálculo da Fórmula 1 deveria incluir os turistas que vem acompanhar quem vem ver a corrida. “Cabem 60.000 pessoas lá na Fórmula 1, mas a pessoa vem com a família, um vai ver a corrida e os outros vão para restaurantes, lojas...”, explicou Omori. Na Fórmula 1, a ocupação dos hotéis beira 100%, segundo Omori, usando, inclusive hotéis em Guarulhos, no ABC paulista e até em Santos (que fica a, aproximadamente, 70 quilômetros de São Paulo). 

No Maksoud Plaza, localizado na região da avenida Paulista, a situação indicada por Omori se confirma. “Infelizmente é mais pessoal local mesmo, as pessoas que vem não ficam em hotel, ficam em casa de família ou hotéis mais baratos”, disse Henri Maksoud Neto, diretor do Maksoud Plaza Hotel. O público da parada gay concentra-se nas faixas de renda de 1 a 5 salários mínimos (51,2% do total).

Maksoud Neto afirmou que, além da Fórmula 1, congressos que acontecem no Anhembi e eventos médicos movimentam mais o hotel que a parada gay. “Todo mundo acha que movimenta, mas gostaríamos que movimentasse mais”, disse. 

O hotel Tivoli São Paulo Mofarrej, também localizado na região da Avenida Paulista, espera uma ocupação 10% maior que a do evento no ano passado. Mas, para o hotel, os melhores eventos são a Fórmula 1, o Reveillon e o dia dos namorados. “(a Parada Gay) nem se compara a esses”, disse Cristian Bernardi, diretor de Vendas e Marketing do Tivoli Hotels & Resorts. 


Na rede Mercure (que tem dois hotéis na região da Paulista e um em um bairro próximo), a expectativa é de ocupação entre 80% e 100% nesse final de semana. No último feriado, Tiradentes, a ocupação ficou entre 52% e 89%. A ocupação habitual do hotel fica entre 70% e 76%. 

A parada gay é importante para os negócios da cidade na medida em que divulga São Paulo para o mundo todo, segundo Omori, mas o retorno financeiro imediato não é proporcional a seu tamanho. Ela lidera em número de turistas mas ainda perde para os carros da Fórmula 1 e do Salão do Automóvel na quantidade de dinheiro que eles deixam pela cidade.  

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