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Para sair da crise, Pan buscará profissionalização

Conhecida pelos polêmicos cigarrinhos de chocolate, a empresa deve definir na segunda-feira uma nova administração


	Chocolápis: a Pan é uma empresa tradicional que perdeu competitividade nos últimos anos
 (Divulgação/Facebook/Pan)

Chocolápis: a Pan é uma empresa tradicional que perdeu competitividade nos últimos anos (Divulgação/Facebook/Pan)

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Da Redação

Publicado em 19 de setembro de 2014 às 10h16.

São Paulo - Conhecida pelos polêmicos cigarrinhos de chocolate, vetados pelo governo em 1996, a Pan, de São Caetano do Sul (SP), está no meio de um processo complicado de profissionalização. Segundo uma fonte próxima à companhia, a empresa deve definir na segunda-feira uma nova administração.

Em assembleia geral ordinária, que será realizada nesse dia, representantes de Maria Paula Aliberti, controladora e filha de um dos fundadores da companhia (Aldo Aliberti), poderá propor a nomeação de novos administradores, caso as contas e os planos de expansão da companhia que seriam apresentados pelos acionistas minoritários, representados pelas primas de Maria Paula e suas filhas, fiquem aquém das expectativas da controladora.

Maria Paula detém cerca de 66% da empresa. A participação restante está nas mãos das três filhas do outro fundador da companhia, Oswaldo Fachero (Maria Fernanda, Maria Inês e Maria Cecília), informou a mesma fonte. Estão no dia a dia dos negócios Daniella Oliveira e Maria Fernanda Daidone, braço da família Falchero.

Procurado, o advogado Fernando Zanotti, do escritório Abe Advogados, informou que “não confirma nem desmente a informação por se tratar de uma questão sigilosa e por ter uma limitação ética”. Representantes da controladora não se pronunciaram.

“A Pan é uma empresa tradicional que perdeu competitividade nos últimos anos e precisa rever suas estratégias. Os planos são viabilizar a venda de parte da empresa ou a entrada de capital novo para rejuvenescer a marca”, informou a fonte.

O jornal "O Estado de S. Paulo" apurou que as famílias não estão exatamente em litígio, mas discordam da forma como os planos de expansão da companhia estão sendo conduzidos. “Maria Paula quer evitar disputa de família para preservar a relação.

Na assembleia, os acionistas minoritários que estão mais no dia a dia dos negócios deverão apresentar os planos de expansão da companhia e o assunto deverá ser debatido para que se encontre a melhor saída para a empresa.”

Com faturamento abaixo de R$ 50 milhões, a Pan tem dívidas fiscais de R$ 100 milhões, informou a fonte. “É uma situação fácil de ser resolvida. Há gestores interessados em entrar na companhia para trazer um pool de investidores ao negócio”, disse a fonte.

Há dois anos, a companhia contratou uma consultoria para promover uma profunda reestruturação. “A empresa enfrenta atualmente problemas na administração do negócio e de caixa. A companhia precisa de um novo choque de gestão para que possa recuperar o prestígio que a marca (Pan) tinha no passado”, disse a fonte.

Consolidação

Nos últimos anos, a Pan sofreu com a concorrência. As grandes fabricantes de chocolates aumentaram sua participação no mercado. A Mondelez - dona de marcas como Diamante Negro, Bis e Sonho de Valsa - tem 37% de participação na preferência dos varejistas na categoria de chocolate em tablete, segundo levantamento da revista Supermercado Moderno.

Na sequência, aparecem Nestlé (34%), Garoto (17%), Hershey’s (5%) e Arcor (3%). Outras marcas somam 4%. Os índices refletem a aceitação das marcas no varejo.

O especialista em alimentos e bebidas Adalberto Viviani explica que o mercado acabou se dividindo, ao longo do tempo, em três grupos: o das grandes marcas, que têm ampla distribuição; o das pequenas, que investem em diferenciação (chocolate orgânico, por exemplo); e o das lojas com espaço para experimentação, como Kopenhagen e Cacau Show. “As empresas que ficaram de fora disso perderam oportunidades.”

A Pan, no entanto, tem a seu favor a memória dos consumidores, segundo o consultor. “Com investimentos, essa marca teria condições de ser revigorada”, diz. “Ela tem algo que é difícil de encontrar: defensores. Esse valor afetivo é promissor para qualquer investidor.

” Recuperar capacidade de investimento seria essencial para a Pan competir num setor que demanda hoje aportes elevados em marketing, distribuição do produto e ações em pontos de venda, por exemplo. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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