Pausa para café: a chave para a produtividade são folgas de 17 minutos a cada 52 minutos trabalhados (Omar Paixão / VOCÊ RH)
Karin Salomão
Publicado em 15 de setembro de 2014 às 15h34.
São Paulo – Um novo estudo da Universidade de Toronto descobriu o que, no fundo, já sabíamos: as pessoas não foram feitas para trabalhar por oito horas seguidas sem descanso.
Muito pelo contrário. As pessoas mais eficientes são aquelas que se concentram em uma tarefa e, logo depois, fazem uma pausa.
Isso acontece porque o cérebro tem um estoque limitado de energia psicossocial, disse John Trougakos, coautor da pesquisa e professor do departamento de Comportamento Organizacional e Gerenciamento de Recursos Humanos.
“Todos os esforços de controlar o comportamento para produzir e manter o foco esgotam a fonte de energia psicossocial. Uma vez que a energia se esgota, nos tornamos menos eficientes em tudo que fazemos”, diz ele.
A pesquisa se baseia em um mapeamento feito na empresa de redes sociais Draugiem Group. A partir do aplicativo DeskTime, os pesquisadores mapearam como as horas de trabalho eram gastas e quanto trabalho estava sendo realizado.
O resultado foi surpreendente. As pessoas mais produtivas não trabalhavam mais do que as demais. Sequer completavam as oito horas diárias de trabalho.
Elas faziam mais pausas. A chave para ser mais produtivo, segundo esse estudo, são folgas de 17 minutos a cada 52 minutos trabalhados.
Mas não adianta usar esses minutos de folga para checar e-mails ou assistir vídeos no YouTube. Para ser efetiva, a pausa precisa ser feita longe do computador – andando, tomando um café, lendo um livro ou conversando com colegas.
A pesquisa sugere que as empresas ofereçam um horário de almoço razoável, além de permitir que os funcionários tirem pausas de qualidade, sem medo de serem taxados de preguiçosos ou folgados.
Outro segredo das pessoas mais produtivas é trabalhar com um propósito. A lista de tarefas deve ser realista e objetiva.
“Trabalhar com propósito também pode ser chamado da teoria de dedicação 100%”, disse Julia Gilford à revista Muse, quando postou os resultados da pesquisa. Ou seja, a noção de que tudo o que você faz, faz totalmente concentrado.