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Operadora de viagens cresce com Feirões de desconto

“Brasileiro aprendeu a viajar”, diz presidente da Flytour Viagens

Michael Barkoczy, presidente da Flytour Viagens (Flytour Viagens/Divulgação)

Michael Barkoczy, presidente da Flytour Viagens (Flytour Viagens/Divulgação)

Karin Salomão

Karin Salomão

Publicado em 20 de novembro de 2017 às 08h00.

Última atualização em 20 de novembro de 2017 às 14h42.

São Paulo – Durante uma crise econômica, é momento de apertar os cintos e cortar os gastos supérfluos. Para a Flytour Viagens, foi o ponto de virada de seu negócio.

A operadora de turismo usou o período de recessão para crescer e se consolidar no mercado. “Foi um bom período para nós”, afirmou Michael Barkoczy, presidente da Flytour Viagens, em entrevista ao site EXAME. “O brasileiro aprendeu a viajar”, afirma.

Enquanto nos tempos de alta o brasileiro aproveitava as viagens ao exterior para fazer compras, agora o turista puxa o freio nos gastos e passa a investir em passeios, experiências e atrações turísticas.

Essas são opções mais baratas para o viajante, ao mesmo tempo que garantem novas receitas para as operadoras de turismo, diz Barkoczy.

Outra aposta do período foram as feiras, chamadas de Hiper Feirão de Viagens. Elas reúnem cerca de 400 agentes parceiros que vendem os produtos da Flytour, companhias aéreas e redes hoteleiras em grandes pavilhões durante o fim de semana.

Com personagens fantasiados, artistas, praça de alimentação e outras atrações, a ideia é atrair a família toda para comprar pacotes de viagem com descontos.

“O feirão é uma oportunidade para a família sair no fim de semana e se divertir”, conta o presidente. Além de ser uma atração gratuita, oferece descontos de até 50% – mais atraentes que o Mickey Mouse durante uma crise.

Com 4 eventos realizados até agora, em Santos e Campinas, SP, os feirões já reuniram 120 mil visitantes. Desses, metade realizou uma compra, com tíquete médio de 1.800 a 3.000 reais por pessoa.

Por conta desse valor alto, Barkoczy acredita que o feirão não é voltado apenas a classe média ou baixa. “Rico também gosta de pagar barato”, assegura.

A companhia

Como operadora de turismo, a Flytour Viagens funciona como um atacado do setor. Ao comprar quartos de hotel e passagens aéreas em lote, consegue preços melhores, com descontos.

Esses pacotes são depois vendidos pelos agentes de viagem, que seriam o varejo do setor. Cerca de 6.000 agentes de viagens no Brasil vendem os pacotes da Flytour.

Ela ainda depende dos agentes parceiros, mas ano que vem pretende lançar um serviço voltado diretamente ao consumidor.

A empresa faz parte do Grupo Flytour, criado em 1974 pelo empresário Eloi D'Avila de Oliveira. O atual CEO é Cristiano Oliveira, filho do fundador.

Nas 11 empresas que fazem parte do grupo, trabalham 2.000 colaboradores. O negócio espera atingir receitas de 5,7 bilhões de reais em 2017. O foco do grupo são as viagens corporativas e atendimento a empresas.

A Flytour Viagens foi criada há seis anos para oferecer também pacotes de turismo. Desde então, ela cresce dois dígitos ao ano e espera expansão de 50% este ano. Em 2016, o faturamento da Flytour Viagens atingiu os R$ 300 milhões.

Ela já cresceu 50% em 2017 e espera fechar o ano com faturamento de R$ 450 milhões. Já no ano que vem a companhia espera crescimento de 30%.

 

 

 

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