Negócios

Para Moody's, ganho de R$ 17 bi da Eletrobras é positivo

Moody's considerou positivo o reconhecimento de R$ 17 bilhões em ganhos pela Eletrobras no balanço do segundo trimestre


	Eletrobras: R$ 17 bilhões foram contabilizados tendo em vista as indenizações dos próximos oito anos
 (Getty Images)

Eletrobras: R$ 17 bilhões foram contabilizados tendo em vista as indenizações dos próximos oito anos (Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 22 de agosto de 2016 às 13h41.

São Paulo - A Moody's considerou o reconhecimento de R$ 17 bilhões em ganhos extraordinários feito pela Eletrobras em seu balanço do segundo trimestre como positivo do ponto de vista de crédito.

A estatal elétrica contabilizou o valor tendo em vista as indenizações que deve receber ao longo dos próximos oito anos, a partir de 2017, por ativos de transmissão anteriores a 2000 e não amortizados até o momento da renovação das concessões, em 2012.

Em abril, o Ministério de Minas e Energia publicou uma portaria com os critérios para a atualização monetária e o recebimento dessas indenizações, o que fez a Eletrobras e outras empresas de transmissão reconhecerem os valores no balanço do 2º trimestre.

Pelas regras estabelecidas pelo governo, os valores a receber serão incorporados nas tarifas, a partir do ciclo tarifário de 2017, por oito anos.

Pelos cálculos da Moody's, o caixa consolidado anual das operações da Eletrobras antes de mudanças no capital de giro vai aumentar R$ 3,1 bilhões pelos próximos oito anos, assumindo um imposto de renda de 34%.

"A melhora no fluxo de caixa é material porque se compara com o caixa consolidado das operações antes do capital de giro de R$ 2,6 bilhões em 2015".

O Ebitda da estatal alcançou R$ R$ 21,3 bilhões no primeiro semestre deste ano, impulsionado pelo reconhecimento de ganhos com a indenização de R$ 25,8 bilhões, comparado com os R$ 907 milhões do mesmo período de 2015.

A agência de classificação de risco lembrou que a indenização deve totalizar R$ 33,8 bilhões. O valor líquido de R$ 17 bilhões deriva do valor bruto a ser recebido menos o valor histórico desses ativos já anotado em balanço, de R$ 7,9 bilhões, e de descontos de R$ 8,8 bilhões de impostos.

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) já homologou os valores de indenização de três de suas quatro subsidiárias que detém ativos de transmissão. Falta definir o valor devido à Eletronorte, que solicitou R$ 2,9 bilhões. 

"Em linha com as recentes decisões da Aneel sobre o assunto, entendemos que o valor final não vai diferir materialmente do pedido original da companhia, o que esperamos que seja finalizado dentro dos próximos dois meses", disse a Moody's.

A agência mantém rating Ba3, com perspectiva negativa para Eletrobras.

Acompanhe tudo sobre:BalançosEletrobrasEmpresasEmpresas estataisEnergia elétricaEstatais brasileirasHoldingsMoody'sServiços

Mais de Negócios

Slice, um dos refrigerante 'da moda' dos anos 80, volta aos mercados nos EUA

Com mercado de pets aquecido, essa empresa britânica busca dobrar faturamento a partir do Brasil

Este CEO convida clientes para reuniões com a liderança — e Elon Musk aprovou a ideia

‘Anti-Facebook’: universitários levantam US$ 3 milhões em 2 semanas para criar nova rede social