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Para Hypera, tendência é que plano de investimento seja postergado

PF investiga se Nelson Mello, ex-diretor de relações institucionais da companhia, omitiu informações para proteger maior acionista e antigo presidente

Hypera: empresa havia comunicado ao mercado que pretendia expandir sua capacidade produtiva (Loic Venance/AFP)

Hypera: empresa havia comunicado ao mercado que pretendia expandir sua capacidade produtiva (Loic Venance/AFP)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 27 de abril de 2018 às 18h27.

São Paulo - A Hypera Pharma deve adiar ou mesmo enxugar seus planos de investimentos que haviam sido anunciados este ano, afirmou Breno Oliveira, executivo recém-anunciado como novo presidente da companhia após o afastamento de lideranças da empresa em meio a investigações da Polícia Federal.

A Polícia Federal investiga se o delator Nelson Mello, ex-diretor de relações institucionais da companhia, omitiu informações em seu acordo de delação premiada para proteger o maior acionista, o empresário João Alves de Queiroz Filho, conhecido como Junior, e o antigo presidente, Claudio Bergamo. Os dois foram alvos de busca e apreensão na operação Tira-Teima, deflagrada pela PF no dia 10 de abril.

Durante teleconferência com analistas e investidores, Oliveira não relacionou diretamente o possível adiamento dos investimentos às investigações, mas disse que a companhia está revendo seu plano.

A Hypera havia comunicado ao mercado que pretendia expandir sua capacidade produtiva. O plano de investir R$ 500 milhões em expansão de sua capacidade produtiva nos próximos três anos foi anunciado depois que a empresa chegou a perder vendas no quarto trimestre de 2017 em razão de a capacidade de produção não ter dado conta da demanda.

Segundo Oliveira, a empresa já está vendo uma mudança nesse cenário de restrição de capacidade produtiva. Ele afirmou que já houve uma otimização da produção com a capacidade instalada. "A tendência é que não tenhamos mais gargalos de produção para atender a demanda este ano", declarou.

Durante a teleconferência, o executivo foi questionado ainda sobre a política comercial da empresa e sobre perspectivas para preços e concessão de prazos a clientes (ou seja, varejistas e distribuidores que revendem medicamentos da companhia).

Ele afirmou que não vê nenhuma mudança na política comercial e de descontos e que também não acredita em alteração nos prazos ou no investimento em capital de giro.

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