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Para FT, Graça Foster tem desafio na gestão da Petrobras

Jornal britânico fala sobre a queda do lucro da estatal e a perda de atratividade aos investidores provocadas pelo próprio governo brasileiro


	Presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster: matéria do 'Financial Times' mostra sua ascensão
 (Sergio Moraes/Reuters)

Presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster: matéria do 'Financial Times' mostra sua ascensão (Sergio Moraes/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 11 de outubro de 2012 às 21h25.

São Paulo - Uma semana depois de publicar reportagem com a presidente Dilma Rousseff, o jornal britânico Financial Times traz nesta segunda-feira um perfil da atual presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster. A narrativa remonta aos tempos de infância de Graça (como prefere ser chamada), quando ela vivia no Morro do Adeus, uma favela do Rio de Janeiro. Intitulada "From Favela to the Top Table" – algo como "Da favela à mesa presidencial", em menção ao cargo que ocupa atualmente –, a matéria vai além da descrição da trajetória da executiva para discutir o cenário atual em que a Petrobras está inserida.

Em agosto, a estatal revelou seu primeiro prejuízo em 13 anos: uma perda de 1,35 bilhão de reais no segundo trimestre de 2012. Ao lembrar o resultado, a reportagem lamenta que não há muito o que a CEO possa fazer para solucionar os problemas da companhia no curto e médio prazo. O texto cita, por exemplo, o expressivo aumento do endividamento em dólar da estatal, o qual foi provocado pelo próprio cenário de desvalorização do real ante a moeda americana – uma política imposta pelo Palácio do Planalto como medida para proteger a indústria doméstica da concorrência externa.

O 'peso Dilma' – A reportagem frisa também que, para muitos investidores, o grande peso para a produção de óleo e gás no país vem "daquela que está sorrindo em uma moldura oficial pendurada atrás de Graça". É uma referência explícita ao quadro de Dilma Rousseff com a faixa presidencial, que fica bem à direita da mesa da CEO, na parede de trás (a foto da reportagem identifica bem a imagem).


Na seqüência, o jornal ressalta que a estatal perdeu atratividade aos olhos dos investidores graças à forma como o governo definiu a distribuição dos lucros futuros da exploração de petróleo no país – em especial a do pré-sal – e que "duras restrições sobre contratação de empresas estrangeiras" – as tais regras de conteúdo nacional – foram culpadas por aumentar os custos da empresa.

Outro ponto apontado pela reportagem como uma dificuldade de Graça é a política do governo Dilma de segurar o repasse dos custos da gasolina ao consumidor final. Esse tema foi, inclusive, abordado em coletiva com a CEO logo após o anúncio do prejuízo da estatal, em agosto. Em junho, o Palácio do Planalto permitiu, algo que não ocorria desde 2006, um aumento moderado dos preços de petróleo e do diesel no Brasil.

"Faz sentido realizar mais alguns ajustes, mas na hora certa", disse Graça ao FT – que ironizou o fato de a CEO ter escolhido "cuidadosamente" as palavras para fazer essa declaração. A matéria aponta, em seguida, que "tato parece ser a peça-chave para a administração de uma estatal que tem a própria presidente da República sempre olhando por cima dos ombros".

Alinhamento – O FT admite que Graça Foster realmente não tem nenhum motivo para falar mal da primeira presidente mulher do Brasil, além do fato de Dilma tê-la nomeado como CEO. “A demanda por combustível está grande graças ao que Dilma e Lula fizeram pelo Brasil, promovendo a inclusão social", disse a executiva. O jornal relaciona a fala da CEO com sua trajetória e destaca o fato de ela se referir à Dilma como "presidenta", no feminino, dizendo que isso reflete o alinhamento de Graça Foster com o governo do PT.

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