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Para diminuir riscos, Itaú se torna mais conservador

Este ano, os segmentos da carteira de crédito que mais deverão crescer são consignado e imobiliário, que também foram destaque em 2014


	Roberto Setubal, presidente do Itaú Unibanco: Este ano, os segmentos da carteira de crédito que serão destaque são consignado e imobiliário
 (Nelson Almeida/AFP)

Roberto Setubal, presidente do Itaú Unibanco: Este ano, os segmentos da carteira de crédito que serão destaque são consignado e imobiliário (Nelson Almeida/AFP)

Karin Salomão

Karin Salomão

Publicado em 3 de fevereiro de 2015 às 14h46.

São Paulo – Para diminuir riscos e despesas, o Itaú Unibanco busca uma atuação mais conservadora. Além de adaptar empréstimos, o banco também reformula a área de seguros.

Este ano, os segmentos da carteira de crédito que mais deverão crescer são consignado e imobiliário, que também foram destaque em 2014, afirmou Roberto Setubal, presidente executivo do do maior banco privado do país, em coletiva.

A carteira de crédito total somou R$ 559,7 bilhões em dezembro de 2014, crescimento de 9,8% em relação ao ano passado. Os segmentos de crédito consignado e imobiliário cresceram 79,5% e 19,4%, respectivamente, em relação a 2013.

O consignado corresponde a 9% do total da carteira, ante 5,5% do ano anterior e 2,9% em 2011.

Os empréstimos a micro, pequenas e médias empresas também cresceram no quarto trimestre, depois de terem caído nos períodos anteriores. O presidente enxerga uma retomada desse segmento, que está mais estável.

No caso de pessoas físicas, cuja inadimplência é historicamente maior que de pessoas jurídicas, a política de crédito observa a capacidade de pagar o empréstimo. “O Banco Central dispõe um banco de dados onde podemos checar o nível de endividamento de uma pessoa”, afirmou o presidente.

Também é por isso que a empresa está readequando e diminuindo a fatia de crédito automotivo, que caiu 28,3% no ano. “No passado, se baseava na garantia do próprio veículo para o financiamento. Mas isso claramente se mostrou insuficiente”. Assim, mudaram o nível de crédito e, segundo Setubal, este segmento não deve ter crescimento em 2015.

Essas mudanças fazem parte de um esforço empenhado desde 2012, para diminuir riscos e despesas. Vem dando resultado. A inadimplência, por exemplo, atingiu 3,1% em dezembro de 2014, menor índice desde a fusão Itaú Unibanco, e está em queda há dez trimestres.

Em 2015, a carteira de crédito total deve crescer de 6% a 9%, segundo previsões divulgadas pela empresa.

A empresa também está reformulando seu segmento de seguros, que cresceu 3,6% no ano. Em julho, vendeu sua área de grandes riscos para a ACE, por R$ 1,5 bilhão. “Ainda estamos analisando de quais outros mercados podemos sair”, disse o CEO. O foco será a pessoa física, para previdência e seguro de vida.

Resultados

O Itaú Unibanco apresentou lucro líquido de R$20,6 bilhões no acumulado de 2014, crescimento de 30,2% em relação ao ano anterior. No quarto trimestre, o lucro somou R$ 5,7 bilhões.

A empresa prevê um crescimento de 10% a 14% na margem financeira para 2015, apesar dos obstáculos no cenário econômico.

Setubal afirmou que a possibilidade de crise hídrica e racionamento de energia, crescimento negativo do PIB, desemprego e até riscos eventuais estão inclusos nas análises da empresa. Segundo ele, a previsão de crescimento não é otimista, mas sim bastante realista.

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