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Para além da carne plant-based: Fazenda Futuro lança linha de leite vegetal

É a primeira bebida da empresa que lançou a carne à base de planta que sacudiu o mercado há quatro anos

Fazenda Futuro: lançamento da linha de leite vegetal conta com quatro sabores (Fazenda Futuro/Divulgação)

Fazenda Futuro: lançamento da linha de leite vegetal conta com quatro sabores (Fazenda Futuro/Divulgação)

Daniel Giussani
Daniel Giussani

Repórter de Negócios

Publicado em 12 de julho de 2023 às 09h28.

Última atualização em 12 de julho de 2023 às 14h20.

Quatro anos após ser lançada, a Fazenda Futuro, líder de mercado plant-based no Brasil, está dando um novo passo em direção à estratégia de oferecer “produtos de fazenda”, mas tirando o boi ou a vaca da equação. Depois de consolidar a carne à base de plantas, sem nada de origem animal, a nova aposta da foodtech é no leite de aveia.

O lançamento está sendo feito nesta semana, com os produtos chegando às gôndolas de grandes redes de varejo, como Pão de Açúcar e Carrefour. A ideia de oferecer a bebida já existia desde quando a startup começou a ser desenhada, em 2017, e foi acelerada após uma pesquisa que mostrou que a marca Fazenda Futuro era a mais lembrada de produtos veganos e vegetarianos.

"Nem nos nossos melhores sonhos esperávamos construir uma marca tão relevante tão rápido", afirma o fundador Marcos Leta. "Pensando nisso, quisemos aproveitar o ativo da marca para fazer esse lançamento”.

A empresa tinha duas opções para como produzir o leite vegetal. Uma era, usando a tecnologia, fazer uma bebida que imitasse o gosto do leite com base animal. A outra era melhorar a aveia, deixando-a mais leve e suave. Escolheu a segunda, mas adquirindo algumas características da primeira. Um dos focos foi deixar o produto o mais semelhante possível com a cor, textura e sabor do leite de vaca.

Quais as estratégias da Fazenda Futuro para se diferenciar

Tentar fazer com que o leite de aveia se assemelhe com o de origem animal é uma das estratégias de diferenciação das quais a foodtech aposta, já que existem outros players no mercado.

“A categoria de leite vegetal ainda não é madura, mas é mais madura do que a de carne à base de planta, cujo mercado não existia e praticamente começou com a Fazenda Futuro", diz Leta. "Para se diferenciar, estamos apostando na distribuição, querendo levar a bebida a outras regiões do Brasil fora do eixo Rio-São Paulo, e no sabor, para que ele não tenha gosto exacerbado de aveia”.

Outra alternativa é incentivar o uso do leite vegetal no café da manhã. De acordo com Leta, há uma pesquisa que mostra que 93% dos consumidores de leite animal o fazem no café da manhã: “Geralmente o leite vegetal é vendido como uma bebida a ser consumida em qualquer horário do dia, como uma refeição completa. Existe oportunidade gigantesca de apostarmos na substituição do leite animal nessa refeição”.

Inicialmente, serão quatro sabores: original, de baunilha, de chocolate e um chamado de "receita", para ser usado no preparo de outros alimentos, como pudins e bolos.

Quais os próximos produtos da Fazenda Futuro

Esse é só o primeiro (ou segundo, se considerar a carne) passo na estratégia da foodtech de se tornar um polo de produção de produtos de fazenda, mas sem nada de origem animal. Ainda não há datas, mas há perspectiva de lançar novos produtos, como mel, queijo, manteiga e iogurte.

“A Fazenda Futuro está se transformando em um balcão único onde os consumidores podem encontrar tudo o que encontrariam em uma fazenda real, mas à base de plantas”, afirma Leta.

Quanto vão custar os leites vegetais da Fazenda Futuro

O valor médio dos leites de aveia da Fazenda Futuro serão de R$ 15,75. Segundo Leta, é um preço competitivo, visto que produtos semelhantes de outras empresas custam, em média, R$ 22. Serão caixas de um litro. Em cerca de 90 dias, explica o empresário, será possível projetar a porcentagem da linha no faturamento do ano.

Hoje, a Fazenda Futuro está em cerca de 10 mil pontos de venda no Brasil. Também comercializa em cerca de outros 30 países. Os principais mercados, porém, fora do Brasil, são Inglaterra e Estados Unidos. Em 2021, a empresa foi avaliada em 2,2 bilhões de reais.

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