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Pão de Açúcar quer definir financeira da Globex em 2011

Disputa não está apenas entre Bradesco e Itaú, segundo diretor do Pão de Açúcar

Loja do Ponto Frio em São Paulo: o Grupo instituiu um comitê interno  e uma consultoria para discutir qual a melhor proposta financeira

Loja do Ponto Frio em São Paulo: o Grupo instituiu um comitê interno e uma consultoria para discutir qual a melhor proposta financeira

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Da Redação

Publicado em 24 de fevereiro de 2011 às 17h50.

São Paulo – Após o desajuste inicial no acordo entre Pão de Açúcar e Casas Bahia, resolvido em 2010, sobra ainda uma aresta para ser aparada. A decisão de qual banco será responsável pela emissão dos cartões de crédito nas lojas da Globex, a holding que congrega o Ponto Frio e a nova Casas Bahia. A definição da instituição que estará à frente da financeira deverá ser feita ainda em 2011, segundo Hugo Jordão Bethlem, vice presidente executivo de relações corporativas do Grupo Pão de Açúcar.“Nessa hora, não tem que ter pressa. É um casamento de longo prazo”, disse.

O banco que levar a  financeira vai lidar com mais de 5 milhões de clientes ativos na Casas Bahia - sem contar os do Ponto Frio, que pode vir a ser integrado na nova financeira. “Tem muito dinheiro e muitos clientes envolvidos”, disse Bethlem.

Hoje, o grupo conta com a Fic, joint-venture entre o Grupo Pão de Açúcar e o Banco Itaú Holding Financeira, cuja participação é dividida em partes iguais. A financeira atua no Grupo Pão de Açúcar Alimentar (que engloba as bandeiras Pão de Açúcar, Extra e Assai) e no Ponto Frio. O Grupo contabiliza 7, 8 milhões de clientes ativos no Fic.

A Casas Bahia, por sua vez, tem o Bradesco como o banco emissor dos cartões de crédito com marca própria. Não há preocupação com a multa do Bradesco, caso o contrato do banco com a Casas Bahia seja rompido. “A multa com o Bradesco é negociável. Quem levar paga”, disse Bethlem.

A disputa não está apenas entre Itaú e Bradesco, como se poderia imaginar. “Pode ser qualquer outro banco; o importante é ser bom para o banco, para nós e principalmente para o cliente”, disse o diretor. A operação que cobrir essas três premissas e for justa, tanto econômica quanto financeiramente, será recomendada pelo comitê ao conselho de administração do Grupo – que tomará a decisão final. Após as negociações para a nova financeira, pode ser, inclusive, que o Ponto Frio deixe a Fic e passe para a nova financeira da Nova Casas Bahia, segundo Bethlem.

O Grupo instituiu um comitê interno - com dois membros da Globex e dois do GPA Alimentos - e uma consultoria para discutir qual a melhor proposta financeira. O modelo da financeira já foi definido. Será para cartão de crédito e crediário. “Com a implementação desse grupo de conselheiros, teremos mais visão de curto, médio e longo prazo”, disse Rafael Klein, presidente da Nova Casas Bahia, em teleconferência com analistas.
 

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