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Pão de Açúcar mira atacarejo contra piora nas vendas

No ano que vem, entre 15 a 20 hipermercados Extra vão se transformar em lojas Assaí

Loja do Extra em São Paulo: conversão em atacarejo (Alexandre Battibugli/Site Exame)

Loja do Extra em São Paulo: conversão em atacarejo (Alexandre Battibugli/Site Exame)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 5 de novembro de 2016 às 12h45.

Última atualização em 5 de novembro de 2016 às 16h47.

São Paulo - A recente queda nas vendas e na lucratividade dos hipermercados fez o Grupo Pão de Açúcar (GPA) tomar uma decisão que simboliza o quanto esse tipo de loja tem perdido espaço no País para o chamado atacarejo. No ano que vem, entre 15 a 20 hipermercados Extra vão se transformar em lojas Assaí. O presidente do Assaí, Belmiro Gomes, afirma que a decisão passa pelo desempenho de vendas superior da rede de atacarejo e também por uma busca de lucros melhores.

"As conversões são uma oportunidade de contribuir com o resultado do grupo num momento em que outros negócios estão sendo mais impactados com o cenário macroeconômico, principalmente os segmentos de bens duráveis", comentou Gomes em entrevista ao Broadcast, sistema de notícias em tempo real da Agência Estado.

Embora tenha margem Ebitda menor do que os outros negócios de supermercados e hipermercados do GPA, o Assaí vem dando lucro este ano, enquanto a divisão de Multivarejo (que inclui as bandeiras Extra e Pão de Açúcar) tem dado prejuízo.

A diferença, explica Gomes, está no tipo de operação. O fato de o Assaí não estar exposto ao negócio de eletroeletrônicos faz com que ele tenha menores despesas financeiras. O formato também tem menor perda com depreciação porque as lojas possuem menos equipamentos que os hipermercados, os quais costumam ter maquinários de açougue, padaria, entre outros.

Nos nove meses de 2016, o Multivarejo teve margem Ebitda ajustado de 5,2% enquanto o Assaí teve margem de 4,2%. Apesar disso, o lucro do Assaí chegou a R$ 136 milhões, enquanto o Multivarejo registra prejuízo de R$ 263 milhões, afetado por um patamar de despesa financeira líquida e depreciação maior que o do negócio de atacarejo.

As conversões aceleram o ritmo de inauguração de lojas do Assaí e tendem a colocar o perfil de vendas do GPA mais próximo do de seu principal rival, o Carrefour. Analistas acreditam que a relevância que o formato de atacarejo tem para o Carrefour é o principal diferencial entre os números de vendas dos dois rivais. A

tualmente, o Assaí responde por 34% das vendas de alimentos do GPA, enquanto o Atacadão equivale a 60% das vendas do Carrefour, segundo estimativas do mercado. Com isso, o grupo Carrefour vem crescendo em ritmo superior ao GPA nos últimos trimestres.

Se confirmados os planos do GPA, o Assaí poderá já no ano que vem superar os hipermercados Extra em quantidade de lojas. Além das conversões, o Assaí deve inaugurar 6 pontos de venda novos em 2017, diz Gomes. Com isso, chegaria perto de 130 pontos de venda no próximo ano. Os hipermercados tinham, em setembro deste ano, 134 lojas e podem perder pelo menos 15 no ano que vem com as conversões, sendo, portanto, ultrapassados pelo Assai.

Ontem, o Assaí inaugurou a primeira loja convertida, fruto de um projeto piloto que começou já em 2016. O endereço no bairro de Pilares, no Rio de Janeiro, recebeu investimentos de R$ 22 milhões para deixar de ser uma loja do Extra, abaixo dos montantes entre R$ 35 a R$ 40 milhões necessários para erguer uma loja do Assaí do zero.As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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