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Pão de Açúcar vai investir na conversão de Compre Bem e Sendas

Grupo também quer diminuir o prazo dos parcelamentos, assim como a venda sem juros

Supermercado Pão de Açúcar: no primeiro trimestre, foram convertidas 23 lojas (Germano Lüders/EXAME.com)

Supermercado Pão de Açúcar: no primeiro trimestre, foram convertidas 23 lojas (Germano Lüders/EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 13 de maio de 2011 às 20h16.

São Paulo – O Pão de Açúcar vai focar seus investimentos em 2011 na conversão de 98 lojas CompreBem e 12 Sendas em lojas Extra Supermercado. “Essa é a prioridade de investimentos, o resultado é muito bom, o melhor retorno sobre capital”, disse Hugo Bethlem, diretor vice-presidente executivo de relações corporativas, sem, no entanto, revelar o valor que será investido nessa operação.

No primeiro trimestre, foram convertidas 23 lojas. Do Compre Bem, 17 foram convertidas em Extra Supermercado e duas em Extra Hipermercado em São Paulo. Do Sendas, duas foram transformadas em Pão de Açúcar e duas em Extra Hipermercado no Rio de Janeiro.

Os investimentos consolidado foram de 295,8 milhões de reais, sendo 32,0 milhões de reais para a Globex. O GPA Alimentar investiu 263,2 milhões de reais no trimestre. Desse total, 78,9 milhões de reais foram destinados à abertura de novas lojas e aquisição de terrenos estratégicos; 136,1 milhões de reais foram para reformas e conversões de lojas e R$ 48,2 milhões de reais destinaram-se a infraestrutura (tecnologia e logística) e outros. 

Fornecedores

A inflação projetada de 6,5% é bem “controlável”, segundo Bethlem. “Todo ano tem a pressão das commodities e a indústria tenta repassar isso, acontece. Nosso papel não é prejudicar a margem da indústria, mas o varejo é o grande controlador da inflação”, disse Bethlem.


 
Para Bethlem, os fornecedores que tentarem mudar preços podem não encontrar receptividade com os clientes. “O cliente migra, ele tem mais poder de compra, mais discernimento do que compra, é fácil migrar para marcas que não aumentaram”, disse. essa semana, a Hypermarcas anunciou que vem adotando novas condições de preços e prazos. 
 
Segundo ele, a relação de poder entre indústria e varejo é completamente desequilibrada no Brasil. “Temos 18% de market share oficial, enquanto Hypermarcas e BRF têm 70%, 80%.”, disse Bethlem.
 
Modelo de gestão
 
A empresa terminou agora um novo modelo de gestão. “Foram ajustes pequenos, com objetivo de simplificação”, disse Enéas Pestana, diretor presidente. Foram feitos ajustes em termos de processos. “Estamos agora na fase de comunicação desses ajustes”, disse o diretor-presidente.
 
A empresa definiu seus seis principais indicadores: lucro líquido, valuation/EVA, retorno sobre capital empregado; crescimento/expansão; satisfação dos clientes e satisfação dos funcionários
 
De olho nos juros e no prazo
 
A Ativa Corretora, em relatório assinado pela analista Júlia Monteiro, acredita que a negociação de melhores taxas e o aumento das vendas com juros deverão arrefecer o impacto das despesas financeiras no resultado da empresa. Além disso, “as sinergias provenientes da associação com a Casas Bahia, entre outros, deverão impactar positivamente nas despesas operacionais dos próximos trimestres”, segundo o relatório. 
 
A despesa financeira foi um dos fatores que impactou negativamente o resultado do Grupo Pão de Açúcar, no trimestre - o lucro líquido do Grupo caiu 34,9% nesse trimestre em relação ao mesmo do ano passado. A empresa segue atenta a essa despesa, e vê nos juros uma possibilidade de domá-la.
 

 
“Produz muito mais efeito maximizar a venda com juros e reduzir a sem juros que reduzir o capex”, diz Enéas Pestana, diretor presidente, em teleconferência realizada hoje (13/5), com analistas. 
 
O grupo reduz de maneira estratégica a participação da venda sem juros no seu negócio. A venda sem juros chegou a representar 66% do negócio e agora está abaixo de 50%. “A venda sem juros é um desvio na ação comercial normal de varejo mundial, principalmente num pais onde o custo do dinheiro é tão alto”, disse Bethlem.
 
A participação ideal das vendas sem juros depende do mercado brasileiro e da taxa de juros, segundo o executivo. “Ao custo de hoje, o ideal era ter uma venda sem juros muito pequena e com juros maior”, afirmou.  
 
A empresa vai manter a política adotada no final de 2010 para reduzir despesas financeiras e melhorar o resultado líquido - as condições de crédito menos facilitadas para os clientes. Na época, a empresa anunciou que reduziria os prazos de financiamento sem juros de 9,5 meses para 7,5 meses em suas lojas. Atualmente, o prazo médio está em oito meses, segundo Bethlem. Outra medida tomada pelo grupo foi recorrer a um FIDC.
 
A empresa afirma que observa que o movimento de diminuição das vendas sem juros  vem sendo seguido pelos concorrentes. Para diminuir a despesa financeira,  o Grupo também está fazendo adequação no pagamento de fornecedores e da estocagem.
 
No primeiro trimestre, o resultado também sentiu o impacto de pagamentos das aquisições do Assai (última parcela) e do Sendas (primeira parcela). A empresa não detalhou os guidances para 2011. 
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