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Panamericano usava rede de computadores adulterada, diz fonte

Sistema registrava automaticamente a receita de carteiras de crédito já vendidas

Silvio Santos: PanAmericano perdeu mais da metade do valor de mercado desde o socorro (Luciana Prezia/Contigo)

Silvio Santos: PanAmericano perdeu mais da metade do valor de mercado desde o socorro (Luciana Prezia/Contigo)

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Da Redação

Publicado em 4 de fevereiro de 2011 às 11h50.

Rio de Janeiro - O Banco Panamericano SA pediu mais recursos do Fundo Garantidor de Créditos esta semana depois que auditores descobriram que o sistema de computadores do banco registrava automaticamente a receita de carteiras de crédito que já tinham sido vendidas, disse uma pessoa com conhecimento direto da investigação.

O FGC forneceu um segundo empréstimo de R$ 1,3 bilhão, além do primeiro de R$ 2,5 bilhões, repassado mais de dois meses antes, depois da descoberta de novas perdas por meio de contabilidade informatizada, disse a pessoa, que pediu anonimato porque as investigações ainda não foram concluídas. Parte dos recursos foi usada para atender a critérios e provisões mais conservadoras da nova direção do Panamericano, disse a pessoa.

O empresário e apresentador de TV Silvio Santos, de 80 anos, fechou um acordo dia 31 de janeiro para vender o controle do Panamericano para o Banco BTG Pactual SA. O BTG, fundado pelo bilionário André Esteves, assumiu a dívida de Silvio com o FGC, segundo o fundo.

Silvio tomou o primeiro empréstimo em Novembro, depois que o Banco Central identificou irregularidades na contabilidade da venda de carteiras de crédito do banco.

A Polícia Federal e o Ministério Público também estão investigando o Panamericano por fraude e chegou a fazer operações de busca e apreensão em residências de ex-executivos da instituição. Nessas operações, computadores e documentos foram apreendidos.

Alta da ação

O resgate do Panamericano levou as autoridades brasileiras a fazer a primeira investigação no setor de ativos securitizados e despertou receios de formação de uma bolha. O BC adotou controles mais rígidos de capital em 3 de dezembro em meio ao aumento da inadimplência.

O BC disse em um e-mail que não comenta investigações em andamento. O Grupo Silvio Santos não quis fazer comentários, segundo sua assessoria de imprensa externa. O BTG Pactual também não quis comentar o assunto, de acordo com sua assessoria de imprensa externa. O Panamericano não quis comentar porque está em período de silêncio antes da divulgação de seu balanço do terceiro trimestre, segundo a assessoria de imprensa do banco.

O Panamericano chegou a perder mais da metade de seu valor de mercado depois do anúncio do primeiro socorro, em 9 de novembro. Esta semana, a ação do banco subiu para o maior valor desde o resgate com especulações de que o BTG Pactual terá que elevar a oferta pelos papéis dos minoritários.

BTG Pactual disse que fará uma oferta de R$ 4,89 por ação. Esta semana, o Panamericano subiu 36 por cento até ontem, para R$ 5,95.

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