Panama Papers: as revelações já provocaram a queda do primeiro-ministro islandês, e atingem líderes da Argentina, Reino Unido,Rússia, Ucrânia e China (Wolfgang Rattay / Reuters)
Da Redação
Publicado em 14 de abril de 2016 às 08h08.
O promotor panamenho encarregado do combate ao crime organizado, Javier Caraballo, descartou tomar medidas no momento contra o escritório de advocacia Mossack Fonseca, origem do escândalo "Panama Papers".
Após uma operação que vasculhou a sede e filiais da Mossack Fonseca, Caraballo informou que "neste momento não temos elementos contundentes que nos permitam tomar qualquer tipo de decisão" contra a empresa ou contra seus funcionários.
Caraballo fez tais declarações na entrada da sede da Mossack Fonseca, ao final de uma revista que durou 27 horas.
"Esta investigação começou com notícias na mídia que estamos analisando e que vão nos permitir ter elementos para tomar uma decisão posterior", disse o promotor.
Segundo Caraballo, a investigação é complicada porque a Mossack Fonseca "mantém a maior parte de seus arquivos de forma virtual e não física", em mais de 100 servidores.
A partir de 11,5 milhões de documentos da Mossack Fonseca que foram vazados à imprensa por uma fonte anônima, vários jornais em todo o mundo, coordenados pelo Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ), revelaram um vasto sistema de evasão fiscal envolvendo líderes políticos e personalidades de todo o planeta.
As revelações já provocaram a queda do primeiro-ministro islandês citado nos documentos, e atingem líderes da Argentina, Reino Unido, Rússia, Ucrânia e China, assim como esportistas e milionários.