Negócios

Panamá dará "apoio total" a investigações sobre caso Odebrecht

A Odebrecht está envolvida em grandes projetos de infraestrutura do Panamá, como a linha 2 do metrô, avaliado em US$ 1,85 milhão

Odebrecht: ontem, o Ministério Público do Panamá informou que solicitará oficialmente aos Estados Unidos informações sobre o caso Odebrechet (jbdodane/Flickr/Creative Commons)

Odebrecht: ontem, o Ministério Público do Panamá informou que solicitará oficialmente aos Estados Unidos informações sobre o caso Odebrechet (jbdodane/Flickr/Creative Commons)

E

EFE

Publicado em 22 de dezembro de 2016 às 19h02.

Cidade do Panamá - O governo do Panamá afirmou nesta quinta-feira que dará "apoio total" às investigações em andamento no país sobre o pagamento de subornos pela Odebrecht, e garantiu que fará com que a empresa cumpra os contratos firmados de obras em execução com "total transparência"

A Odebrecht está envolvida em grandes projetos de infraestrutura do Panamá, como a linha 2 do metrô, avaliado em US$ 1,85 milhão, a renovação da cidade de Colón, que custará US$ 537 milhões, e a ampliação do aeroporto de Tocumen, estimado em US$ 800 milhões.

"Sobre as obras que a empresa realiza atualmente no Panamá, o governo continuará defendendo os interesses do país, fazendo com que os contratos pactuados a partir das licitações públicas desenvolvidas com total transparência sem cumpridos", disse o governo do presidente Juan Carlos Varela.

De acordo com os documentos publicados pelo Departamento de Justiça dos EUA, a Odebrecht pagou aproximadamente US$ 788 milhões de subornos em 12 países: Angola, Argentina, Brasil, Colômbia, República Dominicana, Equador, Guatemala, México, Moçambique, Panamá, Peru e Venezuela

Ontem, o Ministério Público do Panamá informou que solicitará oficialmente aos Estados Unidos informações sobre o caso Odebrechet, e lembrou que já tinha pedido auxílio ao Brasil dados relacionados com as suspeitas de corrupção envolvendo a empresa.

"O governo manifesta total apoio às investigações antecipadas pelo Ministério Público para que se processe e se puna as empresas e pessoas envolvidas nesses fatos", disse o Executivo na nota.

No Panamá, os subornos seriam de US$ 59 milhões. Segundo o acordo, os pagamentos a funcionários do governo e intermediários ocorreram entre 2010 e 2014, durante a administração do ex-presidente Ricardo Martinelli, em contratos que a empresa teve US$ 175 milhões de lucro.

A imprensa local informou que o Ministério Público do Panamá já está trabalhando em parceria com a Suíça para investigar subornos pagos a Martinelli e seus filhos.

O ex-presidente está nos EUA e possui uma ordem de prisão decretada pela Suprema Corte do Panamá em um caso de escutas ilegais.

Na nota, o governo disse que todos os órgãos estarão à disposição do Ministério Público para facilitar tanto o desenvolvimento das investigações do caso Odebrecht como outras similares.

"Além da investigação que será levada adiante, o governo considera prioritário que o sistema judiciário agilize os processos em todos os casos de corrupção, de modo que sejam concluídas e o dinheiro desviado seja recuperado", diz a nota.

Acompanhe tudo sobre:Novonor (ex-Odebrecht)Operação Lava JatoPanamá

Mais de Negócios

Do zero aos R$ 24 milhões em menos de dois anos: a estratégia de sucesso por trás da Denavita

Uvas no cerrado? Esta empreendedora driblou os desafios do clima e criou um negócio de sucesso

CEO da Gerdau e o tarifaço: o que está ruim pode piorar, a não ser que Brasil adote defesa comercial

'ChatGPT do vendedor' analisa até reunião presencial — e quer dobrar de tamanho