Negócios

País deve trabalhar para ser mais atrativo, diz Shell Brasil

Segundo o presidente de petroleira anglo-holandesa Shell no Brasil, o país precisa trabalhar para tornar o setor de petróleo e gás mais atrativo a investimentos


	Shell: executivo afirmou que existem "muitos gargalos" que precisam ser corrigidos
 (Wikimedia Commons)

Shell: executivo afirmou que existem "muitos gargalos" que precisam ser corrigidos (Wikimedia Commons)

DR

Da Redação

Publicado em 26 de outubro de 2015 às 17h36.

Rio de Janeiro - O Brasil precisa trabalhar para tornar o setor de petróleo e gás mais atrativo para investimentos, como outros países têm feito, em meio aos baixos preços do petróleo, afirmou nesta segunda-feira o presidente de petroleira anglo-holandesa Shell no Brasil, André Araújo.

Sem citar exemplos, o executivo afirmou que existem "muitos gargalos" que precisam ser corrigidos para que investidores compreendam que o Brasil é um bom país para investir. O executivo não citou especificamente quais os pontos que podem ser aprimorados.

Para Araújo, o setor no país está pessimista, mas as oportunidades são grandes e as empresas devem colaborar no diálogo para aumentar a atratividade no segmento.

"É muito fácil dizer que está tudo ruim... Tentar lidar com isso no Brasil é difícil", afirmou o executivo, ao participar de debate em evento no Centro de Pesquisas da GE, no Rio de Janeiro. Ele lembrou que as empresas no mundo todo estão adequando seus investimentos, e ressaltou que a Shell tem aportes altos para serem realizados, inclusive no Brasil. A anglo-holandesa fez um acordo neste ano para comprar a britânica BG, uma das maiores produtoras de petróleo do Brasil. Entretanto, ponderou que precisa lutar para que esses investimentos não sejam reduzidos.

"O Brasil tem que se tornar mais atraente, sei que vários (países) estão fazendo o mesmo", afirmou Araújo.

Araújo também comentou o fraco resultado da 13ª Rodada de Licitações de blocos exploratórios de óleo e gás, no mês passado, que teve apenas 37 blocos negociados dos 266 ofertados. Segundo o presidente da Shell Brasil, as empresas avaliam diversas questões para participar de um leilão, como preços do petróleo, qualidade das áreas ofertadas e ambiente regulatório. E que uma combinação desses fatores levou a Shell a ficar de fora.

Entretanto, Araújo frisou que isso não quer dizer que a empresa tenha mudado de opinião sobre o Brasil. A empresa permanece com apostas importantes no país, principalmente nas promissoras áreas do pré-sal.

O executivo ressaltou a necessidade de a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) realizar leilões com regularidade e destacou que o país sofreu com a ausência de licitações nos cinco anos que precederam 2013.

Ponderando que não daria opiniões sobre as discussões que ocorrem em Brasília, sobre possíveis mudanças regulatórias no setor, incluindo o fim da obrigatoriedade de a Petrobras ser a operadora única do pré-sal, Araújo afirmou que é importante que as discussões aconteçam. Parceiro da Petrobras no projeto gigante da área de Libra, no pré-sal da Bacia de Santos, Araújo afirmou que há espaço "muito grande" para cooperação no consórcio. "Nos sentimos confiantes de que vamos superar essa crise", afirmou Araújo.

Procurado após o debate, o presidente explicou que não poderia conceder entrevista para a imprensa, porque está no período de silêncio que precede a divulgação dos resultados do terceiro trimestre.

Acompanhe tudo sobre:EmpresasEnergiaIndústria do petróleoPetróleoShell

Mais de Negócios

'E-commerce' ao vivo? Loja física aplica modelo do TikTok e fatura alto nos EUA

Catarinense mira R$ 32 milhões na Black Friday com cadeiras que aliviam suas dores

Startups no Brasil: menos glamour e mais trabalho na era da inteligência artificial

Um erro quase levou essa marca de camisetas à falência – mas agora ela deve faturar US$ 250 milhões