Boeing 737 MAX: modelo perdeu a licença para voar em março, após dois acidentes que deixaram 346 mortos (Lindsey Wasson/File Photo/Reuters)
AFP
Publicado em 11 de outubro de 2019 às 11h03.
Um painel internacional criticou em um relatório a Administração Federal de Aviação (FAA) dos Estados Unidos, ao afirmar que a agência americana carece de recursos e conhecimentos para certificar o Boeing 737 MAX, protagonista de duas catástrofes aéreas no último ano, informa a agência Bloomberg.
Em um relatório que será publicado nesta sexta-feira, o painel JATR (Joint Authorities Technical Review), criado em abril pela própria FAA, examina o processo de homologação do 737 MAX, que perdeu a licença para voar em março, após dois acidentes que deixaram 346 mortos.
As autoridades consultadas apontam "um número insuficiente de especialistas da FAA" responsáveis por avaliar o design do 737 MAX e "um conhecimento insuficiente" do sistema de estabilização MCAS, considerado o culpado pelos acidentes.
"As hipóteses no design (do MCAS) não foram examinadas, atualizadas ou validadas de forma adequada", denuncia o JTAR, que considera ainda que "não foram avaliadas as possíveis consequências para os pilotos".
A FAA não poderia, no entanto, avaliar corretamente as necessidades de formação dos pilotos a respeito do sistema de estabilização devido à escassez de informações transmitidas pela Boeing sobre o MCAS, explica o painel.
O Conselho Nacional de Segurança nos Transportes (NTSB), já havia considerado em setembro que a Boeing e a FAA avaliaram de maneira equivocada a reação dos pilotos aos alertas recebidos em caso de falha do MCAS.
Quando ativado, o sistema inclina bruscamente o nariz do avião.
"Celebramos esta análise e temos certeza de que nossa atitude aberta sobre os esforços contribuirá para melhorar a segurança aérea no mundo", afirmou o diretor da FAA, Steven Dickson.