Nem todo cartão tem a função: é preciso verificar diretamente com as operadoras se o serviço de pagamento de boletos está habilitado e quais tarifas estão envolvidas. (kate_sept2004/Getty Images)
EXAME Solutions
Publicado em 13 de maio de 2024 às 12h09.
Além de ser usado na compra de produtos e serviços, o cartão de crédito, um dos meios de pagamento mais usados no país, também oferece a opção de pagamento de boletos. Dependendo do cartão, uma série de contas podem ser quitadas – inclusive, parceladas – por meio dessa funcionalidade, como água, luz, gás, telefone e outros documentos com código de barras.
Uma das vantagens de pagar boletos com cartão é você conseguir concentrar todas as suas contas na data de vencimento da fatura, em vez de ir pagando separado ao longo do mês. Enquanto isso, o dinheiro pode ficar aplicado, rendendo. O procedimento é simples, bastando selecionar “cartão de crédito” como forma de pagamento no app ou site do seu banco.
A facilidade de acesso ao serviço, porém, pode ser perigosa se você não souber usá-lo com sabedoria. Colocar as contas no crédito deve ser algo bem avaliado e feito com cautela para você não acabar comprometendo as suas finanças. Veja a seguir cinco dicas de como usar com cuidado essa alternativa.
Pagar todos os boletos com cartão funciona apenas para quem consegue planejar bem os gastos de forma a não extrapolar o que ganha. Porque, sem controle constante do que está entrando no crédito, a pessoa pode se perder com tantos pagamentos acumulados e a fatura chegar mais alta do que ela pode pagar.
Se você não é dos mais organizados, vá com calma. Usar o cartão para adiar o pagamento de uma conta específica, quando houver algum imprevisto financeiro, pode ser bastante útil. O carro quebrou, por exemplo, e o gasto com o conserto extrapolou o orçamento mensal. Nesse caso, vale deixar a conta de luz no crédito somente dessa vez, para pagar na fatura do mês seguinte, quando as finanças já estarão em ordem.
O serviço de pagamento de contas com a função crédito é acrescido de encargos – IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) e juros – e está sujeito à cobrança de tarifas, determinadas livremente pelos bancos, o que aumenta o valor do boleto. Por isso, antes de selecionar essa alternativa, especialmente se pretende parcelar, consulte o CET (Custo Efetivo Total) e veja se vale a pena arcar com o custo extra.
Agora, se você tiver dinheiro em conta para quitar os boletos na data do vencimento e à vista, seja Pix, transferência ou em espécie, essa é a melhor opção. O cartão de crédito deve ser usado apenas se nenhuma dessas alternativas for possível ou houver uma estratégia por trás, como deixar o salário rendendo entre uma fatura e outra.
Não adianta adiar os boletos por meio do crédito se não puder pagá-los depois. Então, lembre-se de que a fatura vai chegar em breve e é preciso ter a quantia total já reservada para quitá-la, e no dia certo. Afinal, os juros do cartão são muito altos e atrasar o pagamento da fatura ou parcelar o valor não será um bom negócio: você vai trocar uma dívida por outra muito maior.
Nesse caso, antes de jogar tudo no cartão sem saber se terá todo o dinheiro depois, vale estudar uma opção menos arriscada, como arcar com os juros do boleto em atraso até que você tenha a quantia (se forem poucos dias), entrar em contato com a empresa para renegociar a forma de pagamento dessa conta ou até fazer um empréstimo consignado, que tem taxas bem mais baixas que as do cartão.