Jack Dorsey: CEO do Twitter tem outra empresa que pode valer mais que a desconhecida rede social (Stephen Lam/Reuters)
Karin Salomão
Publicado em 28 de outubro de 2017 às 08h00.
Última atualização em 28 de outubro de 2017 às 08h00.
São Paulo - Jack Dorsey é um bilionário atarefado. De manhã ele trabalha no Twitter, enquanto suas tardes são normalmente dedicadas à Square. Ele é presidente e cofundador das duas empresas que, apesar da mesma liderança, vivem realidades muito distintas.
O Twitter, rede social conhecida e usada por 330 milhões de usuários todos os meses, tem desapontado os analistas com resultados em queda. As receitas caíram 5% no último trimestre em relação ao ano passado, para 574 milhões de dólares, principalmente por conta da queda de 8% em receitas publicitárias.
Um dos principais problemas é o número de usuários, que não cresce na proporção esperada, com apenas 4% de aumento no último trimestre. Como consequência, as ações estão 35% abaixo do preço do IPO, que ocorreu em novembro de 2013.
A Square é mais desconhecida. É uma empresa de pagamentos e um de seus produtos é um leitor de cartão que pode ser usado com celulares, além de sistemas para varejistas, como restaurantes.
Ao contrário do Twitter, a Square teve um IPO desanimador, com preços iniciais para as ações menores que as rodadas de investimentos passadas.
No entanto, essa semana, o valor de mercado encostou no Twitter - a diferença é de apenas 3 milhões de dólares. Há um ano, segundo o New York Times, a Square valia cerca de metade do valor do Twitter.
As duas tiveram prejuízo no último trimestre. O Twitter perdeu 21 milhões de dólares no período, enquanto a Square reportou prejuízo de 15,96 milhões de dólares.
Mas investidores estão mais preocupados com a sustentabilidade do negócio. As receitas da empresa de pagamentos cresceram 26% no período e a empresa está mais perto de apresentar lucro.
Cerca de 50 bilhões de dólares em compras passaram pela plataforma da Square no ano passado. Segundo a Recode, a empresa atrai tanto grandes varejistas quanto lojas pequenas e microempresários.
De acordo com os últimos resultados, o futuro parece ser mais promissor para a empresa desconhecida do que para a famosa rede social.