Negócios

OSX inicia em julho obras de estaleiro no Porto do Açu

A empresa informou hoje que iniciará já no próximo mês as obras da Unidade de Construção Naval (UCN), que deverá se tornar o maior estaleiro das Américas

A obra deve ser concluída no primeiro trimestre de 2014, mas a unidade já iniciará o corte de chapas em 2012  (Divulgação)

A obra deve ser concluída no primeiro trimestre de 2014, mas a unidade já iniciará o corte de chapas em 2012 (Divulgação)

DR

Da Redação

Publicado em 27 de junho de 2011 às 18h41.

Rio - A OSX, empresa do setor naval offshore do grupo do empresário Eike Batista (EBX), marcou para julho o início das obras de seu estaleiro no Complexo Industrial do Superporto do Açu, no município de São João da Barra (RJ). O sinal verde veio da confirmação da licença de instalação do empreendimento, concedida no último dia 22 pelo Instituto Estadual do Ambiente (Inea), órgão ambiental fluminense.

Com a licença, a empresa informou hoje que iniciará já no próximo mês as obras da Unidade de Construção Naval (UCN), que deverá se tornar o maior estaleiro das Américas. O empreendimento tem um orçamento estimado em R$ 3 bilhões e é fruto da parceria entre a subsidiária OSX Construção Naval e a sul-coreana Hyundai Heavy Industries. As obras deverão criar 3,5 mil empregos na fase de construção e até 10 mil na de operação, segundo a OSX.

Na semana passada, o Fundo de Marinha Mercante concedeu status de prioridade para o projeto, o que abre caminho para o financiamento público de boa parte do orçamento. Segundo a OSX, a linha de crédito pode alcançar R$ 2,7 bilhões.

A obra deve ser concluída no primeiro trimestre de 2014, mas a unidade já iniciará o corte de chapas em 2012 para atender a integração de plataformas do tipo FPSO e outras atividades previstas para iniciarem em 2013. A empresa tem uma série de encomendas da OGX, empresa do grupo EBX que explora petróleo e gás na Bacia de Campos.

"Trabalhamos com entusiasmo para botar de pé o maior estaleiro das Américas e, assim, poder construir, com conteúdo nacional, a imensa quantidade de equipamentos navais que o nosso País precisa para produzir o petróleo que temos descoberto em águas nacionais", comemorou Luiz Eduardo Carneiro, diretor presidente da OSX, em nota.


Inicialmente previsto para ser construído no litoral de Santa Catarina, o estaleiro vinha enfrentando dificuldades no licenciamento ambiental. Com a decisão de construir um canal de drenagem no norte fluminense, o governo do Rio convidou a OSX a instalar seu estaleiro na região, que ganharia condições geográficas favoráveis ao empreendimento com a obra pública.

Há um ano a OSX já tocava o licenciamento no Rio em paralelo ao de Santa Catarina. Pesou na decisão pelo Rio, no fim de 2010, a integração ao complexo industrial do Porto do Açu, outro projeto de Eike em São João da Barra, para o qual o governo do Rio desapropria terras para a instalação de indústrias. Entre elas, duas siderúrgicas que poderão fornecer aço ao estaleiro.

Segundo a OSX, entre as contrapartidas socioambientais previstas na licença da UCN estão investimentos de R$ 34 milhões em obras de saneamento em São João da Barra e de R$ 37 milhões em unidades de conservação ambiental.

A licença de instalação foi concedida pouco depois de o empresário Eike Batista, presidente do conselho da OSX, ter emprestado um avião para uma viajem particular do governador do Rio, Sérgio Cabral. O fato foi revelado pelo acidente de helicóptero na Bahia que matou a namorada de um dos filhos do governador.

Eike negou ligação entre seus negócios e a relação pessoal com Cabral, dizendo-se livre para selecionar amizades e gastar seu dinheiro. O argumento não convenceu deputados estaduais, que cobram explicações do governador sobre a inconveniência da relação de intimidade e favores que ele mantém com empresários cujos negócios dependem de ações do governo estadual.

Acompanhe tudo sobre:EBXEmpresasGás e combustíveisLicenças ambientaisOSXPetróleo

Mais de Negócios

Prêmio Sebrae Mulher de Negócios 2024: conheça as vencedoras

Pinduoduo registra crescimento sólido em receita e lucro, mas ações caem

Empresa cresce num mercado bilionário que poupa até 50% o custo com aluguel

Como esta administradora independente já vendeu R$ 1 bilhão em consórcios